Diário Causa Operaria: Jairo, como foi sua trajetória até se tornar candidato?
Iniciei minha militância política em 2011, quando o governo tentava derrubar nossas casas em uma área de ocupação, próximo a uma área da Infraero, perto do aeroporto de Macapá. Com a atuação dos trabalhadores organizados e a Frente Nacional de Luta-Campo-Cidade conseguimos derrubar a liminar e 127 famílias foram contempladas no conjunto habitacional Macapaba, mas a ocupação continuou, pois ainda havia outras famílias; novas moradias foram entregues pelo governo Lula em 2023. Sou estudante do Instituto Federal do Amapá (IFAP – Tecnólogo em mineração), e vivo no assentamento que também conquistamos com nossa luta.
Como militante do PCO sou candidato a prefeito de Macapá e tenho como candidata a vice-prefeita a companheira também militante da FNL, Keury Tâmara, em defesa dos direitos das mulheres, estudantes, trabalhadores, agricultores, sem-terra e sem teto, desempregados, terceirizados, e estamos construindo o SindPetro no Amapá também para defender os interesses da população e o desenvolvimento da nossa região.
DCO: Quais as características dessas eleições municipais em Macapá? Quais temas se destacam?
Jairo: O Amapá tem como grupos políticos principais de direita o Senador Lucas Barreto (PSD) e o atual prefeito, candidato a reeleição, Dr. Antonio Furlan (MDB), e a família do Senador Davi Alcolumbre (União Brasil) que também disputa a prefeitura. A eleição não está polarizada, segundo as pesquisas, mas a cidade e a população sofrem nas mãos da direita . E nossa candidatura se contrapõe a eles. O problema do transporte público é grave em Macapá, cerca de 10 anos atrás tínhamos cerca de 213 ônibus na cidade, o antigo prefeito e atual governador deixou 100 ônibus apenas. Atualmente são 70. Tem final de semana que tem apenas 23 ônibus. É o pior serviço de transporte e a capital mais violenta do país. O desemprego é enorme e as pessoas estão fugindo para procurar emprego em outras regiões e até país, porque nem subemprego tem oportunidade. Nossa candidatura também é de denúncia pelos ataques aos sem teto. A prefeitura através de liminares está derrubando centenas de casas, principalmente na zona norte.
Causa Operária: O que a possibilidade da exploração do petróleo representa a região? O que está em jogo?
Jairo: O Petróleo é a porta para o desenvolvimento do Amapá. Temos outras, mas os governos estadual e municipais não investem no desenvolvimento industrial.
Através dos investimentos federais, mesmo Macapá estando a 500 km da área de exploração, podemos utilizar os recursos, através de convênios com a Universidade FEderal, Instituto Federal estadual, para dar formação para a população local atender a demanda da petroleira e suas subsidiárias e terceirizadas que poderão atuar nas cidades. Hoje não estamos qualificados, mas a cidade pode investir e preparar os trabalhadores para serem contratados, com a grande geração de emprego. Além de todos os investimentos sociais e de royalties que seriam destinados à cidade. É importante fazer a população local ser diretamente beneficiada.
Causa Operária: Diante da realidade da população atualmente, a exploração do petróleo faria alguma diferença do ponto de vista de orçamento, investimentos, emprego e renda? Traria melhores condições de vida para a população?
Jairo: O orçamento do estado vai crescer e a economia dos municípios, principalmente de Macapá e Calçoene, vai se desenvolver. É preciso acabar com a exploração e degradação das empresas mineradoras norte-americanas, francesas, japonesas e canadenses que criou uma cidade que é considerada uma das mais violentas do país, o Porto de Santana. É possível mudar a realidade da população gerando emprego, direcionando os investimentos na qualidade do serviço prestado à população. É possível produzir o combustível e subproduto do petróleo, para baratear o preço e industrializar a região.
DCO: Você que é do movimento de moradia e terra, como destaca esse problema?
Jairo: O movimento de moradia é parte fundamental do crescimento da cidade, como de outras grandes cidades do país. Mas o poder público é muito lento na disponibilidade de moradia e urbanização. Na Zona Norte e Zona Sul da cidade de Macapá está havendo uma expansão da luta por moradia e por sua vez, da repressão. Ao contrário de como é tratado o grileiro e o empresário que loteia a cidade a seu bel prazer. Inclusive a terra pública da União em área nobre que está sendo grilada de maneira criminosa, para construção de residenciais de luxo. Enquanto isso as ocupações da zona Norte como a Norte-Sul, Nova Colina, Novo Horizonte, e do Ibama que juntas reúnem cerca de 5.500 famílias. É muita gente e o poder público do estado ou da prefeitura não moveu uma palha por elas. é uma grande crise que pode haver em breve inclusive com violência dos poderosos contra os trabalhadores.
DCO: Qual a importância da organização popular nesse processo? Você pode comentar a proposta do PCO de comitês populares? Como o PCO vê a participação popular?
Jairo: O PCO vem trabalhando a formação dos trabalhadores e de comitês e populares para o poder de decisão e controle sobre a cidade incluindo se sobre a organização e da cidade. distribuição do orçamento. A imprensa . Nosso papel inclusive nas eleições é falar que o poder é do povo e não como faz imprensa que cahma apenas naseleielçoes. o papel do partiro e´formar e conscientczar otrabalhdores dos seus direitos, sua participação nao é do rico ou do estado.
DCO: Quais outras propostas você destacaria?
Jairo: precisamos da emancipação de regiões que já são maiores que municipios do Amapá;