O maior evento do planeta não é na China, nem na Índia, muito menos nos EUA e na Europa. Ele acontece no Iraque, na cidade de Carbala. É a peregrinação anual de Arbain que celebra o martírio do Imã Hussein contra a opressão de Iazid, é o maior evento do Islã xiita. Nos últimos anos participaram cerca de 22 milhões de pessoas, o evento é tão gigantesco que precisou ser estendido por semanas. E neste ano ele se tornou o maior ato da história em defesa da Palestina.
A Batalha de Carbala aconteceu em 10 de outubro de 680 d.C. (10 de Muharram, no calendário islâmico) e é um dos eventos mais importantes da história islâmica. A batalha aconteceu nas planícies da Carbala entre as forças do Imã Hussain ibn Ali, neto do profeta Maomé (que a paz esteja com ele), e o exército do califa omíada Iazid I.
O aiatolá Khamenei, líder da República Islâmica do Irã, afirmou esse ano no discurso de Arbain que essa batalha, da frente de Hussein contra a opressão, é permanente. Em suas palavras: “a luta entre a frente de Hussein e a frente de Iazidi não pode ser encerrada“. Afirmou que essas duas frentes existiram antes da era do Imã Hussain. E concluiu: “esta guerra tem formas diferentes. Na era da espada e da lança, tem uma forma. Na era do átomo e da inteligência artificial, tem outra. Mas ela existe“.
Neste ano a peregrinação se tornou um gigantesco protesto em defesa da Palestina. Cada um dos 21 milhões de presentes levou a luta da Palestina consigo, alguns de forma mais aberta, outros menos. Mas a verdade é, o maior evento da humanidade se transformou em uma manifestação de defesa da Palestina. Os xiitas se mostram como a linha de frente da luta contra o imperialismo mundial.
E não foi só a passeata de Arbain que marcou o dia. O secretário do Hesbolá, Hassan Nasseralá, afirmou em seu discurso: “chamamos a atenção para a presença da Palestina e de Al-Quds [Jersualém] no caminho para Arbain, o que indica a presença do evento de Carbala na causa palestina”.
E muito mais que isso. O Hesbolá começou a operação retaliatória contra o Estado de “Israel” atacando 11 bases militares de uma só vez. A resistência libanesa segue os passos do Imã Hussein, levando adiante uma gigantesca luta contra a opressão, uma luta contra o Estado sionista.