Que os Estados Unidos considerem a América Latina o seu “quintal” é algo até natural. Afinal, esse é o país com o exército mais poderoso do planeta, a sede do grande capital mundial e o responsável pelas maiores conspirações contrarrevolucionárias do planeta. O imperialismo norte-americano é uma grande máquina montada para assaltar todos os povos do mundo.
Que alguém no Brasil, por sua vez, seja arrogante com um país latino-americano é algo que chama a atenção. O país é, assim como a Colômbia, como a Bolívia, como a Venezuela e como a Argentina, um país brutalmente oprimido pelo imperialismo. O natural seria que prevalecesse a solidariedade na luta contra os colonizadores.
Esse não é, contudo, o caso do jornal golpista Folha de S.Paulo. Em seu artigo Ditadura escancarada, o periódico da Família Frias age como se fosse a dona da Venezuela. E, ao fazê-lo, mostra que não é uma imprensa brasileira, mas sim uma sucursal da máquina de propaganda do imperialismo norte-americano.
O cínico artigo da Folha chama a vitória eleitoral de Nicolás Maduro de “suposta vitória” e critica o fato de ela ter sido referendada pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela. Suposta por quê? As instituições venezuelanas todas não confirmaram o resultado?
A Folha explica: houve “protestos dos cidadãos”. O que o jornal omite é que os tais “cidadãos” são mercenários contratados pela direita venezuelana para queimar pessoas vivas e depredar prédios públicos. O jornal também diz: “Nações Unidas”, “Centro Carter” e “Organização dos Estados Americanos (OEA)” contestaram os resultados oficiais. Se é assim, haveria menos motivo ainda para se desconfiar da vitória de Maduro. A OEA, que nem deveria existir, veio se intrometer nas eleições bolivianas em 2019. O resultado? Um golpe militar de características fascistas.
As Nações Unidas e o Centro Carter também dispensam comentários. São organizações que hoje dão sustentação ao que há de mais criminoso no planeta: o genocídio na Faixa de Gaza.
Ao sair reproduzindo a campanha imperialista contra Maduro, a Folha de S.Paulo escancara o seu objetivo: fazer parte de uma operação em larga escala para derrubar o governo eleito pelo povo venezuelano. Não custa lembrar: quem é golpista na Venezuela, também será golpista no Brasil.