O problema principal da esquerda atualmente não é reconhecer seus inimigos, pois estes defendem abertamente a política neoliberal em favor do lucro dos banqueiros e da miséria da população. É preciso reconhecer os falsos amigos dos trabalhadores.
A chamada “nova esquerda” é o que podemos classificar como falsos amigos, pois não se apresentam como defensores explícitos do neoliberalismo, em seus discursos defendem melhorias sociais para os trabalhadores, porém trata-se de pura demagogia.
Na prática, esses políticos terminam por aplicar a mesma política que o pior dos direitistas é capaz de elogiar. Esse foi o caso de Gabriel Boric, o Boulos chileno, falso esquerdista que preside o país, elogiado recentemente por Javier Milei, o neoliberal declarado, presidente inimigo dos trabalhadores argentinos.
O golpista argentino declarou: “o Chile tem sido um exemplo claro do que precisa ser feito para sustentar o desenvolvimento econômico. Tanto pela sua saudável relação entre o público e o privado, como pela sua política económica inegociável”. E seguiu: “estes valores permitem ao Chile abandonar o atraso e caminhar para um modelo de prosperidade. Nós também finalmente mudamos e também acreditamos nesses valores”.
Para ser elogiado pela política econômica por um ultradireitista lunático como é o caso de Milei, que se apresentava em campanha com uma motosserra, simbolizando o corte nos benefícios sociais que pretendia acabar, e depois de eleito tem trabalhado intensamente por isso.
O governo Boric representa uma continuidade da política da chamada Concertación, a Coalizão de Partidos pela Democracia, movimento surgido no fim da década de 80, a partir da crise da ditadura de Pinochet.
Essa coalizão uniu partidos da direita dita democrática até partidos da esquerda reformista. O discurso era o de melhoras sociais, porém na prática, a política econômica, seguia o neoliberalismo inaugurado pelo próprio Pinochet no Chile.
Boric e Milei se juntam na defesa dos interesses imperialistas na América Latina, apesar da aparente oposição se levarmos em consideração apenas o discurso, na prática, ambos levam adiante a política neoliberal de ataque aos trabalhadores.
No campo político os dois presidentes também possuem grande afinidade, a defesa da oposição imperialista na Venezuela, contra o governo Maduro, mostra a concordância entre a extrema direita de Milei e a falsa esquerda de Boric.
Assim que saíram os resultados das últimas eleições venezuelanas, ambos saíram em defesa da oposição contra Maduro. Milei e Boric representam as duas faces pela qual o imperialismo procura manter seu domínio na América Latina.
No Brasil, o grande representante da “nova esquerda” é Guilherme Boulos, apoiador fervoroso do chileno, se esconde atrás de movimento social e de um discurso esquerdista, mas possui fortes ligações com o imperialismo.
Em um possível mandato na cidade de São Paulo, da qual é candidato à prefeitura, Boulos levará adiante uma política em favor da burguesia e do imperialismo.
Em campanha já promete aumentar o efetivo da Guarda Municipal, que tem como função reprimir trabalhadores ambulantes e nomeará um ex comandante da ROTA, o sinistro esquadrão da morte da Polícia Militar, para a segurança pública na cidade.
Milei é um inimigo declarado dos trabalhadores, Boric e Boulos são os falsos amigos. Todos eles representam o imperialismo em seus respectivos países.