Desde o dia 29 de julho, a Inglaterra tem sido palco de protestos da extrema-direita, tendo como alvos os imigrantes, principalmente a população árabe/muçulmana. O país foi mergulhado numa crise de grande intensidade, os manifestantes incendiaram templos religiosos, residências de imigrantes, atacaram até mesmo a polícia, resultando em inúmeras pessoas presas e uma contra-manifestação contra os surtos de fascismo e islamofobia. O primeiro-ministro recentemente eleito, Keir Starmer, prometeu que os responsáveis enfrentarão “toda a força da lei” por suas ações. No entanto, a situação continua caótica.
Apesar das várias tentativas de culpar qualquer fator, é evidente que a crise econômica é uma das principais forças impulsionando uma onda fascista. A catástrofe econômica britânica segue a todo vapor, o custo de vida aumenta dia após dia, enquanto a famosa qualidade de vida europeia despenca de forma obscena. A população, cansada da direita tradicional, largou o Partido Conservador, porém a figura eleita, o trabalhista Starmer, não apresenta soluções reais, pelo contrário, promete não fazer nada a respeito da crise do neoliberalismo e intensificou a política de austeridade, chegando a cortar o auxílio de combustível durante o inverno. O candidato, apresentado como esquerda, está preparando o terreno para o fascismo. Os trabalhadores, desesperados, recorrem a elementos “anti-sistemas”, Nigel Farage e Tommy Robinson, ou seja, a extrema-direita fascista e, culpam de forma inescrupulosa os imigrantes e refugiados.
Toda a crise se iniciou com a morte de três crianças no dia 29 de julho, após um ataque com faca, além das crianças, oito pessoas ficaram feridas, sendo cinco em estado grave. O acontecimento foi chocante e a extrema-direita acusou os muçulmanos do crime. Uma conta anti-“lockdown” no X (antigo Twitter), denunciou que o assassino se chamava Ali Al- Shakati, “um solicitante de asilo que chegou ao Reino Unido de barco no ano passado… em uma lista de vigilância do MI6”. Sem base na realidade, elementos fascistas se aproveitaram para iniciar uma campanha contra os árabes, declarando que os muçulmanos são um risco a sociedade britânica:
“Eles sempre atacam mulheres”, além da palavra de ordem “Que diabos é Alá?”
A polícia, ao confrontar os manifestantes, não raro, encontrava membros do grupo de extrema-direita Liga de Defesa Inglesa, composta por membros “anti-islâmicos” radicais. O ex-líder da LDI, Tommy Robinson, ironizou alegando que a liga não existe há uma década. A negação da existência no grupo não impediu Tommy de sair em defesa das manifestações:
“Antes que as pessoas condenem os ‘homens raivosos’, essa raiva é justificada. Estou surpreso de que demorou tanto. Vocês realmente encorajaram as cenas que veem esta noite. Vocês fizeram isso, seu governo fez isso, a polícia fez isso… Vocês se importam mais com afegãos, somalianos, eritreus, sírios, paquistaneses. Eles são um perigo para nós. Parem os malditos barcos! Tirem eles desses hotéis! Mandem eles embora! Enviem-nos de volta! Eles não deveriam estar aqui! Os homens vão se levantar, eles sempre iam se levantar, eles têm que se levantar, para defender suas famílias!“, afirmou o líder de extrema-direita em vídeo enquanto aconteciam os protestos.
As raízes sionistas dos protestos fascistas
A LDI apareceu nas ruas britânicas em junho de 2009. Descrevendo-se como uma “organização de direitos humanos” e divulgando o slogan “nem racista, nem violenta, apenas não mais silenciosa”, Robinson e seus aliados alegavam consistentemente estar apenas defendendo os cidadãos brancos da classe trabalhadora e levantando preocupações legítimas sobre o “Islã extremista”. No entanto, o comportamento e os cânticos de seus membros nas marchas regulares da LDI por cidades britânicas contavam uma história bem diferente.
Ainda assim, a Liga sempre esteve ansiosa para exibir suas credenciais não racistas e diversificadas. Desde sua criação, a LDI tinha divisões dedicadas a seus apoiadores do chipre, gregos, hindus, judeus, LGBTs e cristãos paquistaneses, além de outros grupos minoritários presentes nas marchas. A ala “judaica” da Liga sempre foi a mais visível do movimento, mesmo que pouco reconhecida pela grande imprensa. A profusão de bandeiras de “Israel”, rotineiramente encontradas nos protestos da LDI, também passou amplamente despercebida durante os cinco anos de existência do grupo.
Em junho de 2011, os compatriotas de Robinson fundaram uma empresa chamada English Defence League. Um mês depois, o nome foi alterado para English and Jewish Defence League. Enquanto isso, uma empresa conhecida como LDI English Defence League LTD foi registrada em dezembro de 2010.
Dois anos depois, o nome da empresa se tornou Jewish Defence League (Liga de Defesa dos Judeus), e uma de suas diretoras, Roberta Moore, uma sionista radical, estabeleceu ligações com o Jewish Task Force, uma organização de extrema direita dos EUA. Fundada por Victor Vancier, ela defende um sionismo radical. Apesar de arrecadar dinheiro para assentamentos ilegais na Cisjordânia e de buscar declaradamente “salvar” “Israel”, Vancier foi proibido de entrar em Telavive por seu envolvimento em 18 atentados a bomba em Nova Iorque e Washington, em protesto contra o tratamento dado aos judeus pela União Soviética durante a década de 1980.
Tommy e sua história com a LDI rendeu algumas prisões e processos por desacato, ocasionando em sua fuga para “Israel”, onde morou por algum tempo, sempre financiado e amparado por elementos sionistas. Alguns nomes que financiam Robinson são o empresário Simon Dolan e o cineasta e empresário Robert Schillman, milionário patrocinador de várias organizações sionistas, como; StandWithUs, Clarion Project e diretor de filmes abertamente anti-muçulmanos.
As ligações indicam que os protestos são financiados por sionistas, isso é corroborado pela entrevista com o The Jewish Chronicle, em que Shillman explicou como acredita que “Israel” é “o único país do mundo que quer genuinamente a paz”, e está em “uma luta de vida ou morte contra os muçulmanos extremistas”, além de declarar que estava disposto a “financiar qualquer coisa para garantir que a vitória está garantida”.
Além disso, foi comprovado que há ingerência de agentes israelenses em causar nas ruas realizando campanhas islamofóbicas. Fica evidente que é impossível dissociar sionismo da extrema-direita!