Em mais um crime cometido contra os povos do mundo, o Estado de “Israel” resolveu banir a emissora libanesa Al Mayadeen de toda a Palestina ocupada. A medida ocorreu após o governo israelense aprovar, no último domingo (11), uma proposta do ministro das Comunicações para renovar o bloqueio da emissora libanesa. A decisão inclui ainda o confisco de seus equipamentos e o bloqueio de seus portais.
De maneira cínica, a imprensa israelense afirmou que o ministro das Comunicações teria tomado a sua decisão após obter uma “opinião profissional” de “agências de segurança” e ter recebido a aprovação do primeiro-ministro Benjamin Netaniahu. O próprio caráter venal da imprensa israelense, disposta a contar mentiras como essas, já é mais que suficiente para explicar o que levou ao banimento da Al Mayadeen: para “Israel”, só podem ter o direito de existir os jornais que estiverem comprometidos com a versão sionista dos fatos. Isto é, que estejam dispostos a mentir para todos, a fim de proteger os interesses criminosos da ocupação sionista.
Não é à toa que as sanções contra a emissora libanesa surjam neste momento. Ao contrário de jornais como o norte-americano The New York Times, que reproduziu incontáveis mentiras produzidas pelo governo israelense, a Al Mayadeen tem sido uma ferramenta indispensável da Resistência Palestina na difusão de suas ideias, na propaganda de seus feitos e no combate às calúnias. A emissora libanesa se tornou um dos maiores pontos de contato entre a luta do povo palestino e os povos livres do mundo.
O cerco à Al Mayadeen já vem de longa data. Em novembro de 2023, uma correspondente da Al Mayadeen em Jerusalém ocupada foi intimidada fisicamente por colonos israelenses. Eles a seguiram até seu carro, ameaçaram-na diretamente e impediram-na de entrar no veículo. Dias antes, na Cisjordânia, o diretor do escritório de Al Mayadeen na Palestina ocupada confirmou que as forças de ocupação israelenses agrediram sua esposa e seus filhos após invadirem sua casa. No Líbano, o correspondente da Al Mayadeen Farah Omar e o cinegrafista Rabih Me’mari foram assassinados em um ataque aéreo israelense em sua localização em Tayr Harfa.
A perseguição aos veículos de imprensa que dão voz à luta dos oprimidos é uma política de Estado de “Israel”. Apenas nos dez meses do atual conflito, a entidade sionista assassinou mais de 160 jornalistas – mais do que em toda a Segunda Guerra Mundial!
A brutalidade sionista é, em primeiro lugar, uma grande demonstração de fraqueza. Perseguir jornalistas durante uma guerra serve apenas àqueles que têm algo a esconder – e que temem o que acontecerá caso sejam flagrados pelos olhos do mundo. “Israel” assassina os jornalistas e empastela os jornais da Resistência porque sabe que, se a verdade vier à tona livremente, a opinião pública mundial irá se enfurecer contra a entidade sionista.
A necessidade de controlar a informação se torna ainda maior quando “Israel”, além de criminoso, é também o lado que está perdendo a guerra. Assim, impedir que uma emissora como a Al Mayadeen, que noticia as ações armadas dos palestinos, opere na Palestina ocupada é uma prioridade para “Israel”.
A decisão do governo israelense pode até ser comparada, guardadas as devidas diferenças, com o assassinato do líder do Hamas, Ismail Hanié. É um ato de desespero. Um ato de quem já perdeu a guerra, mas que tenta, de forma infantil, provar ao mundo que ainda tem força.
Em todo caso, ainda que enfraquecido, “Israel” mostrou ser uma ameaça a todos os povos do mundo. Ao assassinar Ismail Hanié, deixou claro que está disposto a tirar a vida de qualquer um que se coloque no seu caminho. Ao banir a Al Mayadeen, está preparando o mundo para uma etapa em que as coisas serão tão sombrias que apenas a Rede Globo terá o direito de dizer o que pode ou não ser dito.