Nesta sexta-feira (9), em Dourados, Mato Grosso do Sul, a Polícia Civil, a mando do estado controlado pelo governador tucano Eduardo Riedel (PSDB) e dos latifundiários, prendeu três lideranças Guarani-Caiouá de retomadas no entorno da Reserva Indígena de Dourados.
As lideranças foram presas por perseguição política devido à luta pela terra e demarcação de seus territórios. Os mandados expedidos pela Justiça Federal foram cumpridos por policiais do SIG (Setor de Investigações Gerais) da Polícia Civil, que prenderam Adilson Benites, Silvia Benites e Ivan de Oliveira Mariano de maneira completamente ilegal. Outros dois índios estão com mandado de prisão em aberto.
Silvia Benites, liderança da retomada Avaete, será a candidata do Partido da Causa Operária (PCO) para o cargo de vereadora no município de Dourados, com o programa de impulsionar a luta pela terra e denunciar as agressões do latifúndio e do estado do Mato Grosso do Sul.
Benites e os outros dois índios Guarani-Caiouá vêm sofrendo perseguição dos latifundiários e grileiros de terra há tempos, um assédio que se intensificou desde o ano passado quando Rogério Yuri, o vereador do PSDB e investigador da Polícia Civil de Dourados, criou uma Frente Parlamentar para acabar com as invasões e prender os índios. Segundo relatos, o vereador tucano chegou a invadir as retomadas para pegar informações e tentar intimidar os índios que lá estavam. Até mesmo a Polícia Federal realizou uma incursão criminosa na retomada e atirou contra os índios e roubou celulares dos guarani-caiouá, um deles foi o preso político Ivan de Oliveira. Desde então, há uma tentativa de intimidar e prender da região.
Os índios estão sendo acusados, sem provas, de dano, ameaça e porte ilegal de arma de fogo. Todas as acusações foram feitas por pistoleiros da região e latifundiários que organizam a violência e a pistolagem contra os índios. Ou seja, acusações falsas e criminosas sem nenhuma prova.
A prisão ocorreu sem a presença obrigatória da Fundação Nacional do Índio (Funai) e nem um tradutor do Guarani para português, ou seja, foi ilegal.
É preciso denunciar a prisão política dos índios da luta pela terra e exigir a imediata soltura e a anulação das acusações claramente forjadas e falsas, cujo sentido somente é intimidar e tentar impedir a demarcação e novas retomadas de terra.
Silvia Guarani-Caiouá e todos os candidatos do PCO em Dourados e em todo o Mato Grosso do Sul possuem um programa para eleições baseados em denunciar os crimes e a violência do latifúndio e a defesa dos índios e de suas terras através de retomadas e da autodemarcação.
Trata-se de uma prisão política que deve ser respondida com uma grande campanha para sua libertação e anulação dos processos fraudulentos contra os três militantes da luta pela terra.
Liberdade imediata e anulação dos processos contra Silvia, Ivan e Adilson!
Demarcação já!
Pela criação de comitês de autodefesa dos índios!
Reforma agrária já e pelo fim do latifúndio!