Em sua primeira entrevista ao Portal G1, das organizações O Globo, chefe do “Partido da Imprensa Golpista” (PIG), o candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo, deputado federal Guilherme Boulos, não economizou em declarações ao gosto dos setores mais reacionários do País.
O candidato, que já procurou se apresentar como “esquerdista” e crítico à política de colaboração do Partido dos Trabalhadores (PT), começou por se comprometer com a política de “responsabilidade fiscal”, que é aquela em que os governantes deixam o povo sem médico, sem moradia, sem nada, mas cumprem rigorosamente os compromissos com o mercado financeiro. O candidato afirmou: “eu me comprometo plenamente com o equilíbrio fiscal da cidade de São Paulo, coisa que o atual prefeito não fez”.
‘Contra a violência’, dos pobres
Procurando desfazer-se da imagem de “radical” que, de fato, nunca foi, Boulos deixou claro que não apoia a luta revolucionária dos trabalhadores e dos explorados, afirmando não defender “manifestações violentas”. Mas não ficou por aí, o candidato, que já colocou à frente de sua equipe na área de segurança um ex-comandante da temida ROTA, também propôs aumentar a força repressora da capital paulista.
“Nós estamos com duas propostas bastante arrojadas para segurança pública, que a nossa equipe construiu. A primeira é de valorização e dobrar o efetivo da Guarda Civil Metropolitana. Dobrar, vai dar 14 mil [agentes]”, disse.
Em um governo do “esquerdista” Boulos, a GCM, responsável pela repressão aos camelôs, sem teto, moradores de rua etc., seria, portanto, 100% maior.
A favor do golpe, também na Venezuela
Posicionando-se diante de um tema central na atualidade, o psolista, que, para não se colocar contra o genocídio do povo palestino, afirmou que “não era candidato a prefeito de Tela Vive”, agora, tentou – mas não conseguiu – fugir do tema da tentativa de golpe na Venezuela, onde a direita fascista apoiada pelos Estados Unidos e por governos reacionários de todo o mundo, como o de Milei da Argentina, busca derrubar o presidente reeleito Nicolás Maduro.
Questionado sobre as eleições presidenciais na Venezuela, Boulos disse que seu “posicionamento é o de que as cobranças por transparência no processo eleitoral da Venezuela são absolutamente justas”, dando as mão para a direita, O Globo e toda a corja golpista que ataca a Venezuela para roubar suas riquezas.
Ao ser indagado se considerava o regime venezuelano uma democracia ou uma ditadura, Boulos afirmou que “a Venezuela não é o meu modelo de democracia”.
Claro, a “democracia” de Boulos parece ser a dos neoliberais e dos golpistas, por isso tem como vice a ex-senadora que votou na derrubada de Dilma; colocou na sua equipe um ex-chefe da ROTA; quer mais sete mil guardas; defende o “equilíbrio fiscal”, entre outras coisas comuns tão a gosto da direita.
É o deputado que foi o garoto propaganda – com espaço na Globo, Folha, etc. e até na imprensa internacional – para defender, em 2014, a campanha golpista do “Não vai ter Copa” contra os governos do PT e que atuou para dividir a esquerda na luta contra o golpe, colocando como eixo a “luta a contra os ajustes da Dilma” e dividido a esquerda que se agrupava na Frente Brasil Popular, criando a “sua” própria frente.