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América Latina

Brasil e Nicarágua rompem relações diplomáticas

Países teriam decidido expulsar seus respectivos embaixadores

De acordo com notícia publicada pela Folha de S.Paulo, o governo brasileiro decidiu expulsar a embaixadora da Nicarágua no Brasil, Fulvia Patricia Castro Matu. Segundo o jornal, a informação foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Embora o governo Lula ainda não tenha se pronunciado oficialmente, O Estado de S. Paulo também disse ter confirmado a informação.

A decisão do governo brasileiro teria sido uma retaliação à decisão do governo nicaraguense de expulsar o embaixador brasileiro Breno Souza da Costa. Segundo a imprensa, o brasileiro deve deixar a Nicarágua ainda nesta quinta-feira (8). A ordem de expulsão de Breno Souza da Costa, por sua vez, foi uma retaliação devido à ausência do embaixador brasileiro na celebração dos 45 anos da Revolução Sandinista.

Algumas horas depois da publicação deste artigo, o Itamaraty publicou uma nota oficial confirmando a retirada da embaixadora da Nicarágua do Brasil. Abaixo, seu conteúdo na íntegra:

“O governo brasileiro decidiu pela retirada da Embaixadora da Nicarágua em Brasília como resultado da aplicação do princípio da reciprocidade à medida adotada pelo governo nicaraguense em relação ao Embaixador brasileiro em Manágua.

O Embaixador brasileiro deixou a Nicarágua na noite de hoje, 8 de agosto.”

Um dos três únicos regimes progressistas da América Latina – ao lado de Cuba e Venezuela -, a Nicarágua celebrou os 45 anos de sua revolução no dia 19 de julho. Na ocasião, alguns dos principais integrantes e aliados do BRICS, incluindo Rússia, Venezuela e China, prestigiaram o evento. O Brasil, no entanto, se absteve, no que foi visto como um distanciamento do governo brasileiro em relação ao governo nicaraguense.

Lula e Daniel Ortega, presidente do país centro-americano, sempre conservaram boas relações. No ano de 2021, por exemplo, quando a Nicarágua sofria uma tentativa de desestabilização por parte do imperialismo norte-americano, o Partido dos Trabalhadores (PT) saiu em defesa de Ortega, celebrando a sua vitória. A nota foi imediatamente rechaçada pela grande imprensa, que acusou o PT de celebrar “eleição fraudulenta de Ortega na Nicarágua”. Diante da pressão da direita, o partido acabou tirando a nota do ar.

Segundo a mesma grande imprensa, sempre disposta a disseminar intrigas entre os aliados latino-americanos, que têm na luta contra o imperialismo seu maior ponto em comum, Lula e Ortega estariam com a relação tensionada há meses. O início da crise teria se dado quando Lula aceitou o pedido do Vaticano para interceder junto a Ortega, pedindo que libertasse o bispo Rolando Álvarez, um dos principais opositores do regime.

Em declaração a O Estado de S. Paulo, Daniel Buarque, jornalista, doutor em Relações Internacionais e editor-executivo do portal Interesse Nacional, declarou que essa seria “uma oportunidade para o governo Lula adotar uma postura menos leniente do que estava tendo com esses governos autoritários de esquerda”, revelando, assim, o ânimo da burguesia com a notícia. “Uma oportunidade para o governo demonstrar que vai defender a democracia e não vai ficar aceitando governos autoritários apenas por questões ideológicas”, completou.

A ruptura de relações entre Brasil e Nicarágua acontece em um momento muito crítico na América Latina. A Venezuela acabou de passar por mais um processo eleitoral turbulento, graças à ingerência dos Estados Unidos no país. Embora o presidente Nicolás Maduro tenha sido reeleito e nenhuma comprovação de que a eleição foi fraudada tenha sido apresentada, o Departamento de Estado norte-americano decidiu declarar o opositor de Maduro, Edmundo González, como vencedor do pleito. Imediatamente após as eleições, os guarimberos, milícias fascistas que agrediram os simpatizantes do chavismo, entraram em ação.

Diante do iminente golpe na Venezuela, o governo Lula procurou se equilibrar entre a posição do governo venezuelano e do governo norte-americano. Ao não reconhecer nem Maduro, nem González como presidente, Lula acabou desagradando tanto à imprensa imperialista, como à base de seu governo. O rompimento com a Nicarágua, neste sentido, seria mais um passo em direção à política do imperialismo norte-americano, justo em um momento em que se prepara uma grande ofensiva na região.

OUTRO LADO

O Diário Causa Operária (DCO) tentou contato com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil e com a embaixadora da Nicarágua no Brasil, Fulvia Patricia Castro Matus. Até o fechamento desta edição, não obtivemos nenhuma resposta, tanto sobre a ruptura de relações, quanto sobre o motivo pelo qual o Brasil não participou da celebração dos 45 anos da Revolução Sandinista.

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