No dia 28 de julho de 2024 a Venezuela realizou suas eleições para presidente do país. O transcurso do processo neste dia ocorreu de maneira tranquila, pacífica e marcada pela presença massiva do eleitorado, chegando a quase 60% de comparecimento nas sessões eleitorais.
No começo da madrugada do dia 29, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), representação máxima do poder eleitoral do país, divulgou o primeiro boletim eleitoral, que continha um resultado irreversível com a apuração de mais de 80% das urnas, dando como vencedor o candidato a reeleição do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e do Grande Polo Patriótico, Nicolas Maduro Moros, e em segundo lugar o candidato da extrema-direita Edmundo González Urritia, da Mesa da Unidade Democrática (MUD).
Esse resultado já era esperado, o chavismo na Venezuela que contava com massivo apoio popular, ampliou essa situação com a grande melhora do quadro econômico do país, que há dois anos vem compondo a linha de frente na América-Latina em termos de percentuais de crescimento de seu PIB.
Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), no relatório Perspectivas Econômicas Mundiais de abril deste ano, o PIB da Venezuela cresceu 1% em 2021, 8% em 2022 e 4% em 2023. A perspectiva é que esse ano feche com o crescimento na casa de 4% e em 3% para 2025.
De acordo com o Banco Mundial, o desemprego da Venezuela caiu de 7,5% em 2020 para 5,5% em 2024.
O Banco Central da Venezuela registrou o menor percentual mensal para inflação dos últimos 12 anos no mês de junho, ficando em 1%. O acumulado nesse ano de 2024 é de 8,8%.
O que possibilitou o alcance desses resultados foi uma profunda diversificação do sistema produtivo da Venezuela, que teve de realizá-lo por conta das mais de 900 sanções que foram impostas pelo imperialismo para asfixiar economicamente o país. Para se ter noção, atualmente o país produz mais de 90% dos alimentos que são consumidos internamente. Além disso, o país conseguiu contornar os bloqueios nas negociações do petróleo internacionalmente, permitindo a entrada de divisas no país.
A sociedade venezuelana também já havia mostrado recentemente mais prova de seu alto grau de coesão política no referendo consultivo de dezembro de 2023 que tratava da soberania da Venezuela sobre o território de Essequibo. O resultado foi que 96% se posicionou juntamente com o governo, tendo participado do processo de consulta mais de 50% da população.
A Guiana, que possui um governo alinhado com os países imperialistas e aos grandes monopólios internacionais do setor do petróleo, vem promovendo ofensivas sobre o território de Essequibo, inclusive autorizando essas empresas a extraírem petróleo na região.
Se por um lado o resultado do processo eleitoral já era algo esperado, pois a oposição de extrema-direita nitidamente não possuía respaldo popular para sair vencedora, por outro também já estava montado o palco juntamente com as potências imperialistas para desacreditar o processo eleitoral sob a farsa de que o mesmo havia sido fraudado.
Após a proclamação de Maduro como presidente pelo CNE para período de 2025-2031, a extrema-direita colocou em marcha seu plano de golpe de Estado, chamando seus quadros para atacarem de maneira violenta e covarde várias localidades públicas com o objetivo de criar um ambiente caótico, e juntamente com os monopólios da imprensa capitalista e os governos imperialistas constituírem um clima de artificial descontentamento popular com os resultados eleitorais.
A Venezuela busca derrubar sua suspensão do Mercosul e é um dos países cotados para entrar nos BRICS. Essas duas medidas, somadas com o processo de recuperação econômica e o alcance de uma situação de estabilidade política, possibilitaria que o país despontasse como liderança regional que fizesse um contraponto verdadeiro e efetivo a influência dos países imperialistas na região. Por isso é fundamental causar a desestabilização do regime político venezuelano através do golpe de Estado em marcha.
Algum país da região, com a pressão política, econômica e militar do imperialismo, tem tergiversado sobre o reconhecimento dos resultados eleitorais, fazendo absurdas cobranças das instituições do regime político venezuelano, como tem sido os casos das atas eleitorais, como se o país não tivesse passado por um ataque cibernético do imperialismo e da extrema-direita para tumultuar as eleições.
O governo da Venezuela e suas instituições soberanas não têm de se dobrar aos caprichos do imperialismo e nem daqueles que em suas vacilações políticas servem de correia de transmissão da política colonial.
Como disse o presidente Nicolas Maduro: “quem se assustou, que tome um chá de camomila!”.