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Venezuela

Esquerdista quer que Venezuela seja uma ‘democracia perfeita‘

Parte da esquerda, aquela que apoiou Biden e Kamala Harris nas eleições presidenciais passadas, não consegue se livrar da política imperialista e critica a Venezuela

Imperialismo e petróleo

O artigo “‘Há uma democracia imperfeita na Venezuela’, diz Fernando Horta”, publicada nesta sexta-feira (2), no portal Brasil 247, é um retrato perfeito de como tem agido boa parte da esquerda no seu combate ao imperialismo e, consequentemente, à extrema direita.

No início do texto lemos que Em entrevista ao programa Brasil Agora, da TV 247, o historiador Fernando Horta fez uma análise sobre a situação política na Venezuela após as recentes eleições presidenciais. Horta destacou que, apesar das controvérsias, não considera Nicolás Maduro um ditador. ‘Há uma democracia imperfeita na Venezuela’.

Se, por um lado, temos grupos como PSTU que adotam integralmente a posição do imperialismo americano, ao dizer “Não à fraude eleitoral! Abaixo a ditadura de Maduro, todo apoio às mobilizações”, posição de Horta também é péssima, uma vez que finge estar em cima do muro. E estar em cima do muro, invariavelmente, favorece a direita.

O caso do PSTU não espanta, pois esse grupo apoiou o golpe militar no Egito, os nazistas na Ucrânia, e se mudar de armas e bagagem para o lado dos Estados Unidos é apenas um desenvolvimento. O que não está tão explícito na fala de Horta, mas também é um desenvolvimento lógico, é que esses setores centristas da esquerda também fizeram frente com o imperialismo quando apoiaram Joe Biden para a presidência dos EUA.

É natural que aqueles que pregaram a política do “mal menor”, do apoio a Biden e sua vice, Kamala Harris, contra o fantasma do fascismo, não pulem de posição drasticamente, vacilem e fiquem no “meio do caminho”. Dizer que a Venezuela é uma democracia imperfeita, é dizer que o país não é democrático, a mesma posição do governo americano, porém com uma cobertura de chocolate.

Capitulação

Como diz o texto, Horta comentou a postura do governo brasileiro em relação ao processo eleitoral venezuelano. O governo brasileiro está correto. O Brasil e o presidente Lula vão reconhecer o processo e não o resultado’, disse, sublinhando a necessidade de uma análise detalhada dos procedimentos eleitorais. A postura de Lula e do governo brasileiro são péssimas, não defendem um país que está sofrendo uma tentativa de golpe explícito por parte do imperialismo.

O que significa exatamente que “vão reconhecer o processo e não o resultado”? Se o processo está correto e os resultados não estão, fica aberta a possibilidade de fraude, exatamente o que diz o governo americano.

Horta diz Acredito que Maduro venceu as eleições, mas ele precisa demonstrar. O governo Maduro tem que demonstrar que venceu, primeiro, para a própria população, e que o fez apesar de todo o dinheiro que o imperialismo despejou na extrema direita para polarizar a situação interna do país. A matéria diz que o Horta “enfatizou a importância de abordar a situação com menos emoção e mais racionalidade”. Afirmando que “Precisamos ter menos paixão e mais cuidado”. Bem, ele precisa decidir, pois afirmou acreditar em algo que ainda não teria sido demonstrado.

Todo esse cuidado é uma capitulação diante da política imperialista, de Biden e Kamala Harris, para com nosso país vizinho. Os EUA fraudam a olhos vistos as suas eleições, mas querem que Maduro demonstre sua vitória, como se a Venezuela não fosse um país soberano, mas uma extensão dos Estados Unidos.

A vacilação de Lula e dos setores ditos ‘progressistas’ apenas joga água no moinho da política colonialista americana. Washington se serve de governos-fantoche, como é caso de Gabriel Boric, para atacar a Venezuela.

Boric foi uma daqueles candidatos cantados em verso e prosa, sua vitória representaria um avanço da esquerda na América Latina. Nada mais falso, como denunciamos desde o início, e por isso fomos criticados, o presidente chileno é apenas uma engrenagem na máquina de dominação imperialista.

Lula deveria de imediato ter reconhecido a Vitória de Maduro, deveria ter criticado a postura do Departamento de Estado Americano ter decretado Edmundo Gonzáles Urrutia como vencedor da corrida presidencial, pois se trata de uma enorme agressão, uma verdadeira declaração de guerra.

Para tentar minimizar sua capitulação diante do governo norte-americano, Fernando Horta criticou a oposição venezuelana, destacando a figura de Maria Corina. ‘Maria Corina é uma ultraliberal, a serviço de interesses estrangeiros. É de extrema-direita sim’”. Mas isso não basta, Maria Corina é uma golpista que faz parte de um esquema golpista planejado financiado pelos Estados Unidos, inimigo declarado da Venezuela.

Essa senhora deveria estar atrás das grades por conspirar com uma nação estrangeira contra o próprio país. Ela pediu intervenção militar, apoiou o roubo de riquezas venezuelanas, participou do governo golpista. Apenas esse dado já deixava evidente que as eleições na Venezuela não seriam aceitas, caso não dessem vitória para a extrema direita.

O texto diz que Horta ressaltou a participação ativa da população venezuelana na política do país. ‘O povo na Venezuela é mais politizado, lá a política é discutida casa a casa’. Se é assim, por que tanta exigência de comprovação da lisura do processo eleitoral?

A matéria fecha com chave de ouro, pois nela está implícito que os EUA estão tentando um golpe na Venezuela, mas Horta não consegue tirar essa conclusão nem mesmo quando “mencionou a possibilidade de reconhecimento da vitória de Maduro caso haja concessões econômicas. ‘Os Estados Unidos podem reconhecer a vitória do Maduro se ele abrir espaço para as petroleiras’”.

Em outras palavras, nunca foi um problema de democracia, de comprovação de resultado, de apresentação de atas, nada disso. Não interessa se o que o governo Maduro faça, o que está em jogo são os interesses do imperialismo. Mas parte da esquerda não consegue enxergar.

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