Diversos países emitiram avisos para seus cidadãos deixarem o território do Líbano após a notícia de que o Domo de Ferro de “Israel” teria abatido cerca de 50 foguetes Katyusha, do Hezbollah. Os foguetes tinham como alvo a vila de Beit Hillel, no extremo norte de “Israel”. Autoridades do regime sionista afirmaram que todos os foguetes caíram em “espaços abertos” e que um deles chegou a atingir a área da vila, mas não deixou vítimas humanas.
Esse ataque vem logo após o bombardeio realizado pelos sionistas no sul do Líbano que fez vítimas civis, entre elas duas crianças, também assassinando uma importante liderança do Hezbollah, o comandante Fuad Shukr. O assassinato ocorreu no mesmo dia em que os sionistas mataram de forma covarde o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em território iraniano.
Ambas as ações levaram os países atingidos a responderem com ameaças ao regime sionista. O aiatolá Ali Khamenei, do Irã, afirmou que “Israel” estaria preparando o seu “próprio castigo”. Já o líder do Hezbollah, Hasan Nasrallah, afirmou que a resposta contra “Israel” era inevitável, pois os sionistas “não conhecem as linhas vermelhas que atravessaram” com o assassinato de Fuad Shukr. Ele ainda afirmou: “Em todas as frentes de apoio entramos em uma nova fase, diferente das fases anteriores, e que depende do comportamento do inimigo”, indicando um grande aumento das tensões naquela região.
Embora o ataque não tenha sido a grande resposta que o Hezbollah prometeu dar contra “Israel” após o assassinato de sua liderança, ele é um indicativo de que o momento em que as tensões possam desembocar numa guerra total entre os diversos grupos envolvidos na região está cada vez mais próximo. Diante disso, os governos de vários países conclamaram seus cidadãos a deixarem o Líbano imediatamente. Os países que já realizaram esse apelo foram Suécia, Estados Unidos, França, Reino Unido e Jordânia. O Ministério das Relações Exteriores da França também alertou que seus cidadãos deixassem temporariamente o Irã. O governo do Canadá já havia feito essa recomendação com relação ao Líbano em junho, mas agora recomendou que sua população evitasse viagens a “Israel”.
Além disso, algumas companhias aéreas estão suspendendo temporariamente voos para Beirute, são elas Lufthansa, Air France e Transavia. A Kuwait Airways interromperá os voos a partir de segunda-feira (5). A Turkish Airlines cancelou voos noturnos com destino a Teerã neste sábado pela segunda noite consecutiva e a Lufthansa suspendeu os voos para Telavive até 8 de agosto.
Diversos diplomatas e chanceleres fazem apelos para que haja uma diminuição na tensão entre as forças na região. Os chefes da diplomacia norte-americana e francesa, Anthony Blinken e Stéphane Séjourné, pediram “moderação” a fim de evitar uma “conflagração que teria consequências desastrosas para a região”. Pedido semelhante veio do ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, que esteve no Irã fazendo um apelo aos iranianos pelo fim da escalada da violência.
A resposta natural, vinda do Primeiro-Ministro do Iraque, Mohammed Shia al-Sudani, é que a interrupção da escalada de violência e das agressões na região passa pelo fim do genocídio na Faixa de Gaza. Os norte-americanos, principais aliados, financiadores e fiadores dos sionistas genocidas de “Israel” já enviaram navios de guerra e caças para a região a fim de defender os israelenses. Além disso, o Reino Unido também enviou equipes militares, consulares e agentes da força de fronteira para auxiliar em evacuações. Dois navios militares britânicos já estão na região, e a Força Aérea Real colocou helicópteros de transporte em prontidão.
Netanyahu, primeiro-ministro de “Israel”, já havia afirmado na última quinta-feira que “Israel está em um alto nível de preparação para qualquer cenário, tanto defensivo quanto ofensivo”. A crise no Oriente Médio deflagrada graças à vitória da operação Dilúvio de Al Aqsa da Resistência Palestina está no seu nível mais alto desde o 7 de outubro do ano passado. Embora “Israel” siga com o genocídio dos palestinos em Gaza, não há uma evolução militar no sentido de desbaratar o Hamas e os outros grupos de resistência palestinos na região. Além disso, países vizinhos aliados dos palestinos, como Irã, Iraque e o Hezbollah no Líbano, também aumentaram sua pressão e a ofensiva contra “Israel”.
Com a escalada das tensões na região, a possibilidade de uma guerra total no Oriente Médio é cada vez mais real. Uma derrota de “Israel” é possível, o que demonstra que sua invencibilidade e a invencibilidade do imperialismo sempre foram uma mitologia. Tal derrota não teria apenas consequências regionais, mas também teria repercussões em todos os países atrasados do mundo, desafiando a percepção de superioridade absoluta do imperialismo.
A questão palestina, portanto, simboliza a luta dos oprimidos em todo o mundo. O sofrimento dos palestinos ressoa com outras lutas contra a opressão, unindo movimentos de resistência globalmente. Se a resistência palestina, aliada aos outros grupos e países combatentes do Oriente Médio, conseguir uma vitória, isso inevitavelmente levará outras nações e grupos oprimidos a persistirem em suas próprias lutas contra o imperialismo. Portanto, a importância da questão palestina vai além do Oriente Médio, sendo um farol de esperança e resistência para todos os que enfrentam o inimigo imperialista.