Neste sábado (3), o Partido da Causa Operária (PCO) realizará uma homenagem ao líder palestino Ismail Hanié, do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe), assassinado pelo Estado de “Israel” na madrugada de 31 de julho. Hanié estava no Irã, onde ocorreu a cerimônia de posse do presidente Masoud Pezeshkian, quando foi atingido por um ataque aéreo mortal.
Em declaração feita nessa sexta-feira (2), o ministro de Inteligência do Irã, Ismail Khatib, afirmou que “Israel” recebeu “sinal verde” dos Estados Unidos para executar Hanié, sublinhando a participação direta do imperialismo norte-americano no assassinato.
Na mesma semana em que Hanié foi morto, os Estados Unidos estiveram envolvidos em outro episódio de violência contra os povos oprimidos. Após o presidente venezuelano ter sido reeleito por 52,1% dos votos, milícias de extrema direita saíram às ruas para queimar prédios, depredar estabelecimentos e agredir pessoas. A ação violenta dos “guarimberos” é parte de uma tentativa de golpe de Estado orquestrada pelos norte-americanos.
Diante do golpe em marcha no país caribenho, a solenidade em homenagem a Hanié também será um ato em defesa da Venezuela.
A atividade acontecerá no Centro Cultural Benjamin Péret (CCBP), que fica no bairro da República, no centro de São Paulo. O evento, que começará às 17h, será precedido pela transmissão da Análise Política da Semana, programa produzido pela Causa Operária TV.
A homenagem a Hanié coincidirá com um dia nacional de mobilização pela libertação dos presos palestinos e contra o genocídio na Faixa de Gaza, chamado pelo próprio Hamas antes do assassinato de seu líder.
“Conclamamos a participação ativa e massiva neste dia nacional e global em defesa de nossos prisioneiros e de nosso povo na Faixa de Gaza, para expor os crimes brutais da ocupação contra eles e apoiar seus direitos e causa justa”, dizia o comunicado inicial. “À luz do genocídio contínuo promovido pela ocupação sionista nazista contra nosso povo na Faixa de Gaza pelo décimo mês consecutivo, o aumento sem precedentes do número de prisioneiros mártires dentro das prisões e centros de detenção da ocupação, o apagão sistemático praticado por este inimigo tirano em relação às verdadeiras condições de nossos prisioneiros no ‘Guantánamo de Israel’, e a escalada da ocupação criminosa em todas as formas de retaliação, tortura psicológica e física, morte lenta, privação de tratamento, comida e remédios, e dos direitos humanos mais simples, e as execuções no campo de indivíduos sequestrados de Gaza nos campos de detenção”.
O texto ainda criticava “o silêncio internacional e a incapacidade de parar esta guerra agressiva contra nosso povo e nossos prisioneiros”, bem como “a parceria total do governo norte-americano nesta agressão”.
Para convocar o ato deste sábado, os militantes do Partido da Causa Operária estiveram nas ruas nos últimos dias. Em depoimento a este Diário, Maria Ângela Abduch, que integrou um grupo de panfletagem na Mesquita Brasil, na região do Cambuci, destacou que recebeu “uma recepção é muito calorosa dos muçulmanos, que não tem nada ver com o que os genocidas sionistas falam”. Já Stefania Robustelli, integrante de outro grupo, destacou “que todos gostaram bastante e agradeceram pela atividade”.
Leandro Paggiaro, que distribuiu panfletos no bairro do Anhangabaú, na Mesquita do Brás e entre a juventude islâmica, também destacou a boa receptividade. “Pediram para que eu deixasse muitos panfletos, para as pessoas que viessem ao local”.
A homenagem a Ismail Hanié e o ato em defesa da Venezuela ocorrerão na Rua Crispiniano, 73 – República, próximo ao metrô Anhangabaú.