Chegando ao poder logo após o golpe militar que depôs a presidente Isabelita Perón, na Argentina, Jorge Rafael Videla Redondo (Mercedes, 2 de agosto de 1925 – Buenos Aires, 17 de Maio de 2023) foi o responsável por comandar o assassinato de pelo menos 30 mil argentinos, a maioria deles, jovens entre 16 e 31 anos de idade.
Videla havia sido nomeado comandante-em-chefe do Exército durante o mandato de Perón, em 1974, porém, foi quem encabeçou o golpe que tiraria a presidente do poder em 24 de março de 1976.
A deposição de Isabelita deu lugar ao governo de uma junta militar, foi composta além do próprio Videla, pelo almirante Emilio Eduardo Massera e o brigadeiro general Orlando Ramón Agosti.
A ditadura militar na Argentina, conhecida por ter sido uma das mais sangrentas da América Latina, iniciou no país uma intensa perseguição àqueles que eram considerados “subversivos” pelo regime.
O exército, que já era bastante repressor até mesmo durante o governo de Isabelita, passou a realizar operações de desmantelamento de quaisquer tipo de reunião de pessoas.
Os líderes das chamadas Ligas Agrárias Argentinas, que procuravam organizar os camponeses para a luta pela terra no campo, foram brutalmente caçados, perseguidos e assassinados.
Para conter o que eles chamavam de uma “revolução marxista”, os militares utilizaram os métodos mais sujos possíveis, valendo-se de um implacável regime de terror, com assassinatos e tortura contra a população, com a criação de quase 400 campos de concentração.
A violência dos militares era encoberta com a promessa de que eles iriam produzir mudanças profundas na economia argentina que durante o governo de Perón chegou a alcançar um percentual de inflação de 800% ao ano.
No entanto, a promessa de recuperação econômica não se concretizou e a crise financeira aliada à repressão sanguinária tornaram a continuação da ditadura muito difícil de ser tolerada e já no início da década de 80 o declínio parecia certo.
Em 1981, Videla é deposto da presidência do país substituído pelo general Roberto Viola que em seguida também seria substituído pelo general Leopoldo Galtieri.
Em 1982, uma ação política denominada Multipartidária anuncia ao país a transição democrática.
Em setembro de 1983, Raúl Ricardo Alfonsín foi eleito presidente por eleições e em 6 de dezembro a junta militar foi definitivamente dissolvida.
Criada durante o governo Alfonsín, a Comissão Nacional sobre o Desaparecimento de Pessoas (CONADEP) foi criada para denunciar e levar os militares da ditadura a julgamento.
O general Videla, junto com outros militares da cúpula da ditadura, foi condenado pelos crimes praticados durante seu governo.