Depois de muita conversa fiada sobre a defesa da “democracia” na Venezuela, o Partido Democrata norte-americano foi obrigado a revelar qual é a sua política para o país caribenho. “Nicolás Maduro terá de reconhecer o resultado das eleições”, lia-se a todo instante na grande imprensa. Passado o pleito, agora os Estados Unidos exigem que Maduro não reconheça o resultado que o reelegeu para um mandato de seis anos! Conclusão: para o governo norte-americano, a “democracia” não era a vontade do povo, mas sim a vontade do imperialismo de que seus fantoches assumissem o comando do maior detentor de reservas de petróleo do planeta.
María Corina Machado, a líder da oposição que há tanto estrebuchava contra o “autoritarismo” de Maduro, agora também foi obrigada a tirar a sua máscara. Diante da resistência do povo venezuelano, que não se curvou ao assédio norte-americano e reelegeu o seu presidente, a oposição foi obrigada a abandonar o seu discurso brando e a colocar em ação suas “comanditas”. Isto é, suas milícias fascistas, que, assim como os grupos paramilitares do Setor Direito ucraniano, atuam como camisas pardas contemporâneos.
Não é uma novidade. Conhecidos como “guarimberos”, as milícias de extrema direita atuam há, pelo menos, duas décadas no país caribenho, espancando pessoas e até mesmo as queimando vivas. São a tropa de choque das aventuras golpistas contra o regime chavista.
E quem financia essa gente? Quem treina essa gente? Quem é que diz aonde ir, quando ir e o que fazer? Quem é o grande mentor dessa horda de delinquentes que atuam como mercenários da contrarrevolução?
Para todas as perguntas, a mesma resposta, presente na fala do próprio Nicolás Maduro: “por trás desse plano estão os gringos. Eles sempre estiveram”.
Quem abriu as portas do canil onde estavam guardados os cães da extrema direita foram os mesmos que organizaram o golpe de Estado no Brasil em 2016, que derrubaram o presidente peruano Pedro Castillo em 2022 e que colocaram Javier Milei na Casa Rosada. Isto é, o mesmo Partido Democrata que se negou a reconhecer o processo eleitoral do povo venezuelano. Joe Biden, Kamala Harris, Bill Clinton e Barack Obama, cujas mãos já estão encharcadas de sangue dos palestinos da Faixa de Gaza, preparam agora dias de terror para a população da Venezuela.
O apoio escancarado ao fascismo venezuelano expõe, uma vez mais, a farsa de que Kamala Harris e o Partido Democrata seriam um “mal menor” em comparação ao republicano Donald Trump. Expõe a farsa de que seriam um aliado dos trabalhadores contra o fascismo. Harris e seus colegas genocidas são, acima de tudo, a comprovação da lei enunciada pelo revolucionário Leon Trótski: “é impossível lutar contra o fascismo sem lutar contra o imperialismo“.