A abertura dos Jogos Olímpicos de Paris de 2024 chamou atenção do mundo inteiro pelo absurdo apresentado. A performance identitária foi capaz de desagradar até mesmo aos defensores dos direitos das minorias. James Melville, que tem quase 500 mil seguidores no X (ex-Twitter), postou em sua conta o seguinte: “Sou totalmente a favor da diversidade e da inclusão, mas esta imagem simbólica causou divisão desnecessária (contra os cristãos praticantes). A Cerimônia de Abertura das Olimpíadas de Paris tornou-se exatamente aquilo que eles afirmam ser contra – a divisão”.
A imagem simbólica, à qual se refere Melville, foi uma apresentação com quase vinte artistas, dentre eles, três drag queens do programa Drag Race France. O grupo fez uma exibição que parodiava a Santa Ceia, famosa pintura de Leonardo da Vinci. Ao centro, na posição ocupada por Jesus Cristo na obra do pintor italiano, estava uma mulher com uma espécie de halo. O grupo exibiu um número de dança e em determinado momento é servido em uma bandeja um homem seminu pintado com uma tinta azul.
A reação nas redes sociais foi imediata. Uma matéria no Brasil 247 informa que as críticas obrigaram Emmanuel Macron, presidente francês, a dizer que “Isto é a França”. E Clint Russel, do podcast Liberty Lockdown, disparou: “Abrir o evento substituindo Jesus e os discípulos por homens em drag é uma loucura”.
Prato cheio para a extrema direita
Os wokes e os identitários seguem um método de provocar todos aqueles que julgam contrários à sua ideologia. Provocam as religiões, provocam as pessoas conservadoras, mas se esquecem que não terão a quem recorrer quando o clima esquentar contra eles. Os identitários não são verdadeiramente uma força social, são uma minoria que só poderá encontrar alguma proteção da classe operária. No entanto, o tempo todo jogam contra si os trabalhadores. Fazer piada com o cristianismo, ou qualquer outra religião, definitivamente não é uma boa ideia, apenas cria divisão e fortalece a extrema direita, pois muita gente confunde o identitarismo como sendo de esquerda, o que é totalmente falso.
O mau gosto da apresentação na cerimônia de abertura das Olimpíadas é o resultado natural do identitarismo e do wokismo pelo simples motivo de que não constituem de fato uma cultura, apenas se aproveitam daquilo que já foi produzido.
Em 2023, Ailton Krenak, fez uma montagem da ópera O Guarani, de Carlos Gomes, que constituía uma crítica à obra do autor. Krenak não é capaz de compor uma ópera ele mesmo, precisou se aproveitar do trabalho de um artista para passar de contrabando sua ideologia identitária.
Podemos dizer o mesmo sobre a abertura dos Jogos. Os identitários não produziram nada, se ocuparam em parodiar uma obra conhecidíssima da Renascença, um símbolo de fé, e a vandalizaram, o que só pode causar uma reação negativa, e até mesmo de pessoas que sequer são cristãs.
Embora os identitários e os wokes tentem se apresentar como contestadores, eles são seu exato oposto.
Quando a Disney, se aproveitando da onda, coloca em seus filmes princesas negras, a ideia central, a dos reinos com princesas, permanece intacta, apenas mudou levemente de cor. Se Hollywood coloca nas telas vikings retintos, o que muda? Pessoas negras aparecem na corte vitoriana, mas o imperialismo inglês continua o mesmo, sua letalidade na África permanece inalterada, ainda que sob uma aura mais ‘inclusiva’.
A “cultura woke”, fica cada vez mais nítido, nada mais é que um esforço para dar uma sobrevida ao capitalismo; nada tem a ver com a esquerda e, como toda ideologia de direita, deve ser combatida sem trégua. Os identitários se fingem do lado dos trabalhadores e da luta pelos direitos democráticos, por isso semeiam confusão e criam mais divisão. Precisamos conhecer nossos inimigos, principalmente os que tentam se passar como amigos para nos esfaquear pelas costas.