A abertura dos Jogos Olímpicos de 2024 ocorreu na última sexta-feira (26), em Paris. O evento se destacou pela alta dose de identitarismo e demonstrou a orientação do imperialismo em relação à sua política cultural. A sátira da “Última Ceia”, em especial, foi realizada de forma bastante agressiva contra os católicos e a população mais conservadora em geral, que reúne uma parcela muito grande da população mundial. Respondendo às críticas recebidas, o presidente francês, Emmanuel Macron, publicou em sua conta no X (antigo Twitter): “Isso é a França!”
Além do mal gosto da exibição escatológica propiciada pelos organizadores das Olimpíadas, o espetáculo grotesco segue uma determinada orientação política. Primeiro, o diretor da apresentação foi um sionista “israelense” homossexual. A mensagem é a de que o assassinato de cerca de 50 mil civis palestinos e a total destruição do país não condenam “Israel”, já que lá a população LGBT é supostamente respeitada.
Macron é um político do imperialismo, um homem do sistema financeiro internacional. É um inimigo dos direitos e das conquistas dos trabalhadores, tendo se enfrentado com a classe operária francesa em inúmeras oportunidades, sempre com uma política repressiva. Ao realizar uma apresentação como essa, ao invés de fortalecer os LGBT, como ele tenta fazer parecer, ele os coloca em uma situação ainda mais desfavorável. Diante das ofensas proferidas, a população mais conservadora vai associar o criminoso Macron a essa população, impulsionando a repulsa a esse setor.
Afrontar os hábitos e concepções de uma parcela tão grande da população mundial é também uma atitude tipicamente de um opressor, que se sente no direito de ofender quem quiser. A consequência lógica e mais direta disso é o fortalecimento da extrema direita. A esquerda francesa, que recentemente caiu no golpe da frente ampla e entregou o governo para a direita imperialista, acaba levando a culpa também.
No mais, é importante destacar que toda a farsa demagógica do imperialismo em defesa dos oprimidos está se aproximando de seus estertores. Os países imperialistas se preparam para a guerra, não para a distensão dos conflitos. Conforme se fizer necessária uma política mais dura, os setores oprimidos que eles supostamente defendem, através do identitarismo, serão descartados. Na verdade, pior que isso, serão entregues aos leões.
O fascismo sempre chegou ao poder com o apoio do imperialismo que se diz democrático e não o derrotando. No momento em que o imperialismo ingressar em uma política abertamente fascista, Macron e seus colegas “democráticos” do imperialismo serão os primeiros a sacrificar essas populações. Essa é a cara do imperialismo francês.