Nesta sexta-feira (26), morreu, aos 72 anos, o pianista, compositor e pesquisador Achille Picchi. Bacharelado em piano e letras, mestre em educação pela Universidade de São Paulo e doutor pela Unicamp, Picchi dedicou sua carreira à música brasileira. Durante sua formação, chegou a estudar piano com Antonio Bezzan e regência com Henrique Gregori.
Segundo seu sobrinho, Fábio Picchi, Achille “era especializado em Carlos Gomes”. “É triste que eu não tenha aproveitado muito, ele era bem discreto sobre o trabalho dele”, afirmou ao Diário Causa Operária (DCO).
Sua carreira enquanto professor teve como palco o Instituto de Artes da Unesp, onde lecionou sobre análise e composição. No início dos anos 1980, procurou Camargo Guarnieri, importante compositor brasileiro, para estudar composição.
Em uma entrevista publicada por Ana Lucia Kobayashi, Picchi comentou sobre o contato que teve com Guarnieri e com sua visão no que diz respeito à música. Na mesma ocasião, falou sobre seu trabalho enquanto docente:
“Eu não dou aulas de composição, eu dou aulas para compositores. Eu trabalho tecnicamente. Eu sempre falo que o compositor é um artesão. É um sujeito que faz uma cadeira e ela tem que ser muito bem feita, não pode quebrar, tem que ser confortável e tem que saber todas as maneiras de se fazer uma cadeira. Agora, se a cadeira fica bonita, depois famosa por alguma razão, e se for para um museu e ganhar prêmios, isso é outra coisa. A avaliação estética não me concerne no trabalho como compositor”, disse.
Além de sua carreira como intérprete e pesquisador, publicou diversos ensaios e livros, destacando-se Sinfonia Plural.
Seu velório está sendo realizado na sexta-feira (26), das 16h às 22h, no Funeral Home, na Rua São Carlos do Pinhal, 376.