Nesta quarta-feira (24), aconteceu em todo o País manifestações, organizadas pelas as direções sindicais, contra a política dos banqueiros, para satisfação de metas de vendas de produtos bancários, o que tem levado a categoria bancária literalmente à loucura.
“A pesquisa ‘Avaliação dos Modelos de Gestão e das Patologias do Trabalho Bancário’, realizada pela Secretaria de Saúde da Contraf-CUT em colaboração com pesquisadores do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB), e divulgada em 2024, revela que 80% dos trabalhadores bancários tiveram ao menos um problema de saúde relacionado ao trabalho no último ano. Destes, quase metade estavam em acompanhamento psiquiátrico. O principal motivo declarado para a busca de tratamento médico foi o trabalho. Entre os que estavam em acompanhamento psiquiátrico, 91,5% utilizavam medicações prescritas pelo psiquiatra, percentual que reduzia para 64,4% entre os que estavam em outros tipos de acompanhamento médico”. (Contraf/CUT, 24/7/2024).
Esses números não deixam sombra de dúvidas que a categoria bancária é uma das mais atingidas pelas doenças desenvolvidas no trabalho e a que apresenta um maior risco de desenvolver distúrbios psicológicos. Os dados da pesquisa mostram que esses trabalhadores correm um risco duas vezes e meia maior de se afastarem do trabalho por mais de 15 dias consecutivos por problemas mentais.
Um dos motivos para que isso aconteça diz respeito ao assédio moral nas relações de trabalho, ou seja, a exposição dos trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras dos chefes, as cobranças de metas abusivas para garantir os bilionários lucros dos banqueiros. Mesmo constando na Convenção Coletiva da categoria, todo o bancário sabe muito bem o que realmente acontece nos locais de trabalho é um verdadeiro terror de ameaças de demissão, a sobrecarga de trabalho, o desrespeito aos direitos do trabalhador, enfim, um implacável sistema de opressão no trabalho que, na maioria das vezes debilita e afeta – muita das vezes de forma irreversível – as já precárias condições de vida e de saúde da categoria bancária, levando à depressão e outras doenças.
Além desses dados alarmantes, a categoria sofre com a falta de materiais, a falta de funcionários, devido à política dos banqueiros de demitir em massa e do fechamento de agências de dependências bancárias e, com isso, é claro, que aumenta consideravelmente a carga de trabalho. A cada dia os chefes de plantão estão exigindo mais dos trabalhadores, submetendo-os ao regime de chicote para cumprir as metas cada vez mais exigentes, mesmo sem condições mínimas para isso.
Nesta Campanha Salarial dos Bancários, cuja a data base é no próximo mês de setembro, o que está colocado para a categoria é dar um basta essa política de ataques reacionários dos banqueiros que, para satisfazer os seus apetites pelos lucros, passam por cima dos direitos elementares da classe trabalhadora. Para isso, é necessário organizar uma verdadeira luta, através dos métodos tradicionais dos trabalhadores (greves, ocupações, piquetes, etc.) para que as suas legítimas reivindicações sejam atendidas.