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Pedagogia da repressão

O ‘antirracismo’ disfarçado de defesa dos crimes do sionismo

Artigo no Estadão quer que racismo seja "intolerável" dentro das escolas para defender as atrocidades de "Israel"

Na seção Espaço Aberto desse dia 22, no jornal O Estado de S. Paulo, foi publicado artigo chamado Por um pacto de educação antirracista em que o racismo seja intolerável, assinado por Anna Helena Altenfelder, Eduardo Dias de Souza Ferreira e Eliane Leite.

A preocupação dos autores, como o próprio título diz, é combater o racismo dentro das escolas. Para isso, eles propõem um “pacto antirracista”, defendendo que o racismo seja “intolerável”.

Uma leitura desatenta do texto parece não trazer maiores implicação. Não parece nada mais do que uma opinião abstrata sobre o problema do racismo e como resolvê-lo nas escolas. Mas não é assim.

As propostas contidas no artigo refletem a atual política da burguesia imperialista: a repressão em nome do “bem”. Nesse caso, o “bem” é o antirracismo. Em nome dele, pode-se fazer qualquer coisa. Mais ainda, o artigo esconde outra política da burguesia imperialista: a defesa do sionismo. O verdadeiro interesse em tornar o racismo intolerável não é defender nenhum negro oprimido, mas controlar o que será dito nas escolas.

Por isso, no artigo, como veremos, não há nenhuma definição clara do que é o racismo. Pode ser uma piada, pode ser uma agressão? Sim! Mas pode ser também uma crítica ao Estado genocida de “Israel”, afinal, a acusação de “antissemitismo” contra os que denunciam as barbaridades dos sionistas é a política que está em vigor.

A escola deixa de ser um local cujo principal objetivo é educar. Antes de qualquer coisa, é preciso combater o “racismo”, que podemos interpretar da seguinte forma: é preciso impedir que se fale qualquer coisa considerada – por quem? – racismo. E como vemos atualmente, segundo o imperialismo não existe “racismo” pior do que o antisionismo.

“A escola é um espaço de socialização e de proteção fundamental para crianças, adolescentes e jovens. Porém, não está isenta de reproduzir as desigualdades e violências que existem fora dos seus muros. O racismo sofrido por quem está dentro da escola alerta para a urgência de estabelecer um verdadeiro pacto antirracista, aderido por toda a comunidade escolar, para que não reste dúvidas: racismo é crime, tem consequências e deve ser intolerável.”

Esse é o primeiro parágrafo do artigo e o mais importante porque revela a mentalidade dos autores. “Racismo é crime”. Ou seja, para eles, o mais importante é definir o crime, é colocar na parede os potenciais criminosos que podem “reproduzir as desigualdades e violências que existem fora dos seus muros”. Isso é educar?

Segundo os autores, a educação deve ser baseada na ameaça constante da repressão. Não se explica para a criança o que é o racismo etc. O que se ensina é que é crime e que se “sair da linha” vai sofrer as consequências. Essa proposta de educação está baseada na repressão e não no conhecimento.

É óbvio que uma criança irá reproduzir o que acontece na sociedade. A escola, no entanto, não deve agir como uma autoridade agiria na sociedade, ou seja, por meio da repressão, da censura, da perseguição. A tarefa número 1 é educar, ensinar, transmitir conhecimento.

Se depender dos autores, a escola deixaria de ser um local de progresso humano e se transformaria num ambiente repressivo. Se depender do imperialismo, também. Por isso o Estadão dá espeço para esse artigo.

“E se o pacto for quebrado? Nesse caso, o racismo segue intolerável e a gestão dos conflitos se torna urgente. De modo prático, a escola pode se valer de ciclos restaurativos, que incluam, dentre outras ações, acolher respeitosamente quem sofreu o ataque, explicitar o ato racista a quem o realizou e adotar medidas disciplinares e até legais, a depender da situação”.

Em última instância, os autores querem medidas disciplinares e “até legais”. Vamos educar, se não der, chame a polícia. Aquela conhecida por matar negros.

E do mesmo jeito que a repressão não resolve nenhum problema na sociedade, na escola ela tem ainda menos eficiência. Na sociedade, a repressão só resulta em mais gente na cadeia, pobre e negros. Na escola, a repressão vai produzir um efeito contrário ao que se quer e isso é simples de compreender. Se a autoridade escolar diz que o racismo é passível de uma repressão e censura, logo, o “antirracismo” será relacionado com essa autoridade, ou seja, com o próprio status quo. Será essa a opinião do estudante ao sair da escola.

Outra contradição dos autores é que uma “pedagogia” repressiva não vai tornar a escola um “espaço de socialização e de proteção” como eles bem afirmam. Os jovens estarão submetidos na escola às mesmas arbitrariedades, perseguições, injustiças que sofrem fora dela. Isso independentemente se a repressão for por uma boa causa. A repressão, nesse sentido, nunca é “do bem”.

Tudo o que foi exposto no artigo conta ainda com a típica abstração identitária. O que seria o racismo para os autores do texto? Eles não explicam. Poderia ser desde uma piada de uma criança falando do cabelo da outra até um estudante branco matar um estudante negro. Na verdade, a última preocupação dos autores, que representam instituições financiadas e/ou controladas pelo imperialismo, é com o bem-estar dos negros. A política repressiva visa censurar e perseguir aqueles que possam divergir da política dominante da burguesia, nesse caso, o sionismo. Ao falar de racismo, eles dão a entender que defendem os negros, mas eles estão mesmo preocupados em defender os sionistas, aqueles que massacram palestinos, a maioria de pele escura, diariamente.

É esse o verdadeiro “racismo intolerável” que defende os autores no Estadão, jornal sionista. Eles querem um clima repressivo, que regule tudo o que será falado e não agrade os sionistas e o imperialismo.

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