Na noite de quinta-feira (18), um drone atingiu a cidade ocupada de Jafa, chamada de Telavive pelos sionistas. Foram oito feridos na operação, um soldado sionista da reserva morreu. O alvo foi o um edifício na rua Ben Iahuda e causou um impacto psicológico gigantesco na população. Relatos indicam que a explosão foi ouvida até na Cisjordânia ocupada.
A imprensa israelense relatou que um grande drone se aproximou de Telavive pelo mar a baixa altitude. Ainda não está claro como o drone conseguiu passar por todos os sistemas de defesa e atingir o edifício. As imagens da explosão e suas consequências mostraram o ruído do motor do drone antes do impacto. A explosão aconteceu em uma área altamente protegida da cidade, inclusive nas proximidades da embaixada dos Estados Unidos.
Na sexta-feira (19), o exército do Iêmen reivindicou o ataque. Em um comunicado oficial afirmou:
“A força de VANTs (veículos aéreos não tripulado) das Forças Armadas do Iêmen, com a ajuda de Alá Todo-Poderoso, realizou uma operação militar específica, que consistiu em alvejar um dos alvos importantes na região ocupada de Jafa, que agora é chamada de Telavive israelense.
A operação foi realizada com um novo drone chamado “Jafa”, que é capaz de contornar os sistemas de interceptação do inimigo e é indetectável por radares. A operação atingiu seus objetivos com sucesso.
As Forças Armadas do Iêmen declaram a região ocupada de Jafa uma área insegura e será um alvo principal dentro do alcance de nossas armas, e focarão em alvejar a frente interna do inimigo sionista e alcançar as profundezas.
Ao anunciar esta operação específica, as Forças Armadas do Iêmen confirmam que possuem um banco de alvos na Palestina ocupada, incluindo alvos militares e de segurança sensíveis, e continuarão, com a ajuda de Alá Todo-Poderoso, a atacar esses alvos em resposta aos massacres do inimigo e crimes diários contra nosso povo na Faixa de Gaza.
As operações das Forças Armadas do Iêmen continuam a apoiar os heroicos mujaidim em Gaza que estão defendendo todo o nosso povo e os países de nossa nação árabe e islâmica, e suas operações não cessarão a menos que a agressão e o cerco ao povo palestino na Faixa de Gaza cessem.”
O Iêmen está em guerra com “Israel” desde outubro de 2023 como forma de apoio à Faixa de Gaza. Desde então, estão inaugurando novos armamentos. Dentre eles, novos drones, incluindo drones navais, novos mísseis balísticos e mísseis de cruzeiro, incluindo um míssil hipersônico. Há uma clara troca de experiência entre todas as frentes da resistência, pois o Hesbolá desenvolveu a técnica para atacar “Israel” com drones e agora o Iêmen está usando uma tática semelhante.
Nick Burmfield, um especialista em Iêmen, declarou à Al Jazeera: “os Hutis (governo do Iêmen) reivindicaram muitos ataques a Israel antes, mas há poucas evidências que indiquem que a maioria deles chegou perto de atingir, e certamente não de matar e ferir como este. Notavelmente, este é o primeiro ataque Huti publicamente confirmado no Mediterrâneo, e não no Mar Vermelho ou no Golfo de Adem“. Além disso, “eles têm reivindicado ataques a Haifa em cooperação com grupos apoiados pelo Irã no Iraque, mas até agora esses pareciam mais bravatas. Isso é grande”.
Na verdade, o Iêmen não faz bravatas, ele apenas divulga todos os ataques que está realizando. Os que atingem os alvos e também os que não atingem, mas em nove meses de guerra, está claro que quando fazem uma promessa militar, ela é cumprida. Já a conclusão de ser um importante evento é fato. O Iêmen conseguiu superar o sistema de defesa de “Israel”. Isso, portanto, pode ser reproduzido tanto pelo Hesbolá, quanto pela resistência iraquiana e também pelo Irã. O potencial militar do Eixo da Resistência aumenta cada vez mais.
Os sionistas admitem a derrota
A imprensa israelense noticiou a operação com desespero. O Maariv, na sexta-feira (19), publicou um texto intitulado O VANT em Telavive é apenas o tiro de abertura?. O artigo cita um general: “claro, isso é um fracasso do sistema de defesa aérea e de alerta de Israel… Este é um VANT da magnitude que o Estado de Israel deveria identificar e interceptar”. Já o comentarista de assuntos militares e de segurança para o Canal 14, Noam Amir, afirmou que “o drone Huti percorreu uma distância de 2.100 quilômetros até chegar a Telavive,” acrescentando que isso “é um mega-fracasso para o exército israelense”.
O correspondente militar do Canal 14, Hillel Rosen-Biton, destacou: “o Chefe do Estado-Maior e o Comandante da Força Aérea, e não um porta-voz do exército, deveriam ter apresentado uma declaração ao público israelense, com uma palavra simples: falhamos”. E acrescentou que o governo “mais uma vez falhou em proteger os israelenses, apesar de todos os meios de defesa mais avançados do mundo que o exército israelense possui”.
Segundo o jornal Haaretz, a operação iemenita indica uma “nova fase” na guerra em curso. Ele também afirmou que a guerra está rapidamente se desenvolvendo em uma guerra regional e em múltiplas frentes. Já o Walla questiona: “o que teria acontecido se o drone tivesse explodido no coração do Ministério da Defesa em Telavive?”. E segue: “o incidente com o drone prova que a dissuasão entrou em colapso”.