Desde o começo desta semana, dezenas de milhares de estudantes estão se manifestando nas ruas de Bangladesh contra uma medida da primeira-ministra bangladechiana. Até a última quinta-feira (18), pelo menos 17 pessoas já haviam morrido durante os protestos.
Destes, 11 foram mortos em Daca, sendo um deles um motorista de ônibus que levou um tiro no peito. Em Narayanganj, a sudeste da capital, duas pessoas foram mortas. Em Chittagong, outras duas mortes foram registradas.
O governo da primeira-ministra Sheikh Hasina, reeleita no começo deste ano, já determinou o fechamento de algumas universidades, como é o caso da Universidade de Daca. Além disso, na quinta-feira, foi determinada a suspensão da conexão à Internet. Horas depois do anúncio da medida, diversos sítios de notícias bangladechianos aparentavam estar fora do ar, como é o caso do The Daily Star e do Dhaka Tribune.
Cabe ressaltar que, dois dias antes da medida acima, o acesso ao Facebook foi interrompido pelo governo. A rede social está sendo apontada como principal forma pela qual os estudantes organizam seus protestos.
Segundo Tanvir Chowdhury, correspondente da emissora catarense Al Jazeera em Daca, “a situação ainda é volátil e inquieta”. “Sabemos que os protestos estão a espalhar-se por diferentes partes da cidade e… tenho relatos de protestos em outras partes do país”, afirmou.
O motivo de revolta dos jovens é uma cota que foi instituída pelo governo de 30% de empregos no setor público para familiares de veteranos que lutaram na Guerra da Independência de 1971 — quase 32 milhões de jovens estão desempregados no país.
6 estudantes são assassinados durante protestos em Bangladesh