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Estados Unidos

Quem é J.D. Vance, vice de Donald Trump

Antes inimigo de Trump, o senador republicano de Ohio foi anunciado durante a convenção eleitoral nacional do Partido Republicano

Nessa segunda-feira (15), teve início a convenção eleitoral nacional do Partido Republicano. Trata-se do evento que, de quatro em quatro anos, indica oficialmente os candidatos à presidência e à vice-presidência do GOP (sigla em inglês para o Grande Velho Partido).

O evento serve como um grande ato político. Membros do partido de todo o país, bem como convidados, personalidades políticas, celebridades e mais, se reunirão por quatro dias em meio a festas, discursos e fóruns.

Anteriormente, foram definidos a quantos delegados cada candidato à eleição presidencial tem direito por meio de um sistema de primárias e caucus, ou seja, eleições estaduais feitas antes da convenção. Então, na etapa nacional, os delegados votam para escolher o candidato que o partido levará para o pleito.

No caso do Partido Republicano, para ganhar a nomeação, um candidato deve ter cerca de 1.215 votos. No caso do Partido Democrata, cerca de 1.969. Além da indicação do candidato oficial do partido, é na convenção nacional que são definidos os objetivos e princípios políticos da sigla, ou seja, seu programa partidário.

A convenção dos republicanos se deu em um momento muito importante: sua abertura ocorreu apenas dois dias após o atentado contra Donald J. Trump. O ex-presidente dos Estados Unidos foi o principal assunto da inauguração do evento. Antes dos discursos, ele apareceu no palco com J.D. Vance, que foi anunciado como ex-presidente na chapa de Trump.

“Após longa deliberação e reflexão, e considerando os tremendos talentos de muitos outros, decidi que a pessoa mais adequada para assumir o cargo de vice-presidente dos Estados Unidos é o senador J.D. Vance, do Grande Estado de Ohio”, disse Trump em uma publicação no Truth Social na noite de segunda-feira (15).

Senador pelo Partido Republicano em Ohio, Vance já chegou a comparar Trump com Adolf Hitler. Entretanto, se aproximou de Trump, recebendo, inclusive, seu apoio para a corrida ao Senado.

“Olha, eu estava errado sobre Donald Trump”, disse Vance à Fox News no mês passado. “Não pensei que ele seria um bom presidente. Ele foi um grande presidente e é uma das razões pelas quais estou trabalhando tanto para garantir que ele consiga um segundo mandato”.

Ainda por meio de seu perfil no Truth Social, Donald Trump afirmou que a campanha de Vance será focada em trabalhadores e agricultores em estados como Pensilvânia, Michigan, Wisconsin, Ohio e Minnesota. Essa decisão está relacionada ao fato de que ele ficou mais conhecido após publicar o livro de memórias Hillibilly Elegy: A Memoir of a Family and Culture in Crisis (Elegia caipira: memórias de uma família e cultura em crise), quando foi declarado pelo Washington Post como sendo a “voz do Cinturão da Ferrugem”.

Diante da nomeação de Vance, a emissora russa Sputnik realizou um levantamento sobre as posições do candidato à vice-presidência no âmbito internacional.

Sobre a Ucrânia, Vance possui uma posição extremamente crítica em relação à política adotada pelos Estados Unidos na guerra. A Sputnik relembra que ele escreveu um editorial no New York Times no qual afirma que “a matemática sobre a Ucrânia não fecha”. “[Os EUA] não têm capacidade para fabricar a quantidade de armas que a Ucrânia precisa que forneçamos para vencer a guerra”, disse.

Logo após o anúncio de sua candidatura, Vance afirmou à Fox News que, caso seja eleito, Donald Trump trará um “fechamento rápido” ao conflito na Ucrânia.

“Penso que o que o presidente Trump prometeu fazer é entrar lá, negociar com os russos e ucranianos e encerrar rapidamente esta questão, para que os Estados Unidos possam concentrar-se na questão real, que é a China. Essa é a maior ameaça”, enfatizou Vance, já demonstrando sua posição em relação ao país asiático.

Em relação à Palestina, sua posição é alinhada com a política dos Estados Unidos. O candidato defende firmemente o Estado de “Israel” e apoia a ajuda contínua ao governo genocida de Netaniahu. Ao mesmo tempo, ele levanta preocupações em relação à ameaça de escalada entre a ocupação sionista e o Irã.

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