Na última segunda-feira (8), Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul, afirmou que a eleição legislativa na França mostrou a força dos partidos centristas. “O centro protege a democracia, garante uma convivência melhor para todos. Essa foi a grande notícia e a maior lição da eleição na França”, disse o tucano.
Para Leite, o resultado do pleito ainda mostrou que “o centro está vivo e não vai morrer”. “Esse é o lugar em que as pessoas se reconhecem na sua humanidade, o respeito às diferenças. O centro é necessário para a democracia porque ele traz o equilíbrio”, afirmou.
As declarações do governador gaúcho são mais uma demonstração de que, diferente do que dizem alguns esquerdistas no Brasil e no mundo, não foi a esquerda que levou a melhor nas eleições do último domingo (7) na França.
Quando Leite saúda a vitória do “centro”, está saudando a vitória da política neoliberal, a vitória dos caquéticos partidos do regime político. No caso francês, setor representado tanto por Macron e sua coligação, quanto pelo Partido Socialista e seus satélites.
Muito diferente do que diz o tucano de maneira apaixonada, não se trata de uma força política do “equilíbrio” que “garante uma convivência melhor para todos”, mas de uma doutrina de destruição, uma doutrina que serve para arrancar tudo que pertence aos trabalhadores, em nome do lucro de meia dúzia de parasitas do capital financeiro.
Finalmente, a política neoliberal é a política de Macron, que destruiu a Catedral de Notre Dame, em Paris. É a política de Leite, que destruiu o Rio Grande do Sul por meio da maior catástrofe de toda a história do estado. Não há o que comemorar!
O que Leite quer quando destaca os resultados das eleições francesas é que o mesmo ocorra no Brasil. Quer a esquerda brasileira tal qual a francesa, representada principalmente, por Jean Luc Mélenchon, do França Insubmissa, a reboque da política do imperialismo e reabilitando os partidos do regime, que já estavam na cova. É por isso que o Partido Socialista mais do que dobrou seu número de cadeiras em relação às eleições passadas.
Nesse sentido, o sonho de Leite e, de maneira geral, da burguesia e do PSDB, é que a esquerda brasileira, com medo da ascensão da extrema direita, sirva para impedir que os partidos da direita tradicional morram. E, ao que tudo indica, os esquerdistas do Brasil seguirão o exemplo visto na França.
O resultado, entretanto, será o mesmo. Ao mesmo tempo em que darão mais alguns anos de vida para o setor decrépito da burguesia, impulsionarão ainda mais o crescimento da extrema direita.