As eleições parlamentares da França ocorrem a cada cinco anos, utilizando um sistema de votação em dois turnos. As eleições determinam os membros do Parlamento para formar o total de 577 constituintes da Assembleia Nacional, a câmara baixa do Parlamento Francês.
A votação de domingo termina às 18h, horário local, em cidades pequenas e pequenas, e às 20h, em cidades grandes. De acordo com a Reuters, os pesquisadores fornecerão uma projeção inicial do resultado da eleição às 20h, o que geralmente é uma indicação confiável, pois são baseados em resultados parciais de seções eleitorais que fecharam mais cedo.
A contagem de votos é geralmente rápida. No entanto, dados os potenciais resultados apertados com uma maioria incerta, os resultados finais podem ser anunciados somente na segunda-feira de manhã. As eleições parlamentares francesas consistem em um espectro político diverso. Isso é representado pelo partido político de extrema direita RN, a Nova Frente Popular de esquerda e a coalizão “centrista” do presidente Emmanuel Macron.
Na França, a eleição parlamentar obedece a um sistema complexo, que divide o território em distritos e aplica a regra dos 50% mais um voto (semelhante ao que é usado na escolha dos chefes do Poder Executivo no Brasil) para definir quem vai ocupar cada cadeira ao longo da legislatura.
Os legisladores são eleitos por distrito. Um candidato parlamentar precisa de mais de 50% dos votos para ser eleito diretamente em primeiro turno. Caso contrário, os dois candidatos mais votados do primeiro turno, juntamente com qualquer outro que tenha obtido o apoio de mais de 12,5% dos eleitores registrados, avançam para o segundo turno.
Em alguns casos, três ou quatro candidatos chegam ao segundo turno, embora estes possam desistir para aumentar as chances de um concorrente e evitar a eleição de um adversário maior – uma tática frequentemente utilizada no passado para bloquear candidatos de extrema direita.
Espera-se que os principais líderes partidários definam a sua estratégia (de criar alianças ou desistir em prol de um concorrente) no intervalo de uma semana entre os dois turnos. Isso torna o resultado do segundo turno altamente incerto, dependente de manobras políticas e da forma como os eleitores reagem.
A extrema direita francesa comemorou, no domingo (30), uma vitória avassaladora no primeiro turno das eleições legislativas para o Parlamento nacional. O partido Reunião Nacional (RN), de Marine Le Pen, obteve 33% dos votos. Em seguida, a Nova Frente Popular, um grande bloco de partidos de esquerda, ficou em segundo lugar, com 28% dos votos, e o bloco centrista do presidente francês, Emmanuel Macron, terminou em terceiro lugar, com 20% dos votos. Esses resultados, no entanto, não definem a composição final dos assentos no Legislativo. O resultado só será conhecido após o segundo turno que acontecerão no próximo dia 7.
A Nova Frente Popular e os partidos centristas que apoiam Macron retiraram mais de 200 candidatos para aumentar as chances dos partidos anti-RN competirem com o partido de direita em seus distritos. Com base no primeiro turno das eleições, a RN e seus aliados parecem ter probabilidade de obter assentos majoritários. No entanto, eles precisarão ganhar 289 assentos para garantir a maioria absoluta.
Segundo a constituição, nenhuma nova eleição parlamentar pode ser realizada por mais um ano. Portanto, se os três grupos políticos não conseguirem formar um governo ou acordo de coalizão, a França correria o risco de paralisia política devido ao estabelecimento de um governo interino que carece de legislação.