O sionista André Lajst, presidente-executivo da StandWithUs Brasil, organização que defende os interesses estrangeiros imperialistas e sionistas no Brasil, publicou uma série de comentários no Twitter com o título: Por que é antissemitismo comparar Israel aos nazistas?.
Trata-se de uma reciclagem da tese totalmente absurda de que criticar o Estado de “Israel” seria antissemitismo. Nessa versão de Lajst, dizer que “Israel” é comparável ao nazismo seria antissemitismo. Diante das atrocidades israelenses nesses quase nove meses de conflito, é difícil levar a sério tal afirmação. Mas vejamos o que diz o sionista.
O primeiro golpe argumentativo de todo sionista é contar a história a partir do ponto que serve aos seus argumentos. Segundo Lajst, são os palestinos, especificamente o Hamas, quem começou tudo:
“O Hamas invadiu o sul do Israel e massacrou 1.200 pessoas, sequestrando cerca de 240, das quais, 120 permanecem em cativeiro.”
Na maior cara de pau, tipicamente sionista, Lajst falsifica a história. É como se o problema na região tivesse começado em 7 de outubro. Ele obviamente não tem nada a dizer sobre as terras palestinas invadidas a partir dos anos 30, com a ajuda do colonialismo inglês, não tem nada a dizer da expulsão dos palestinos de suas terras por milícias sionistas desde pelo menos os anos 30 ou 40. E não tem nada a dizer também sobre a sequência de massacres perpetrados contra os palestinos durante essa história toda. Assim como não tem nada a dizer sobre o apartheid imposto por “Israel” contra o povo palestino, considerado cidadão de segunda classe, assim como eram os negros na África do Sul.
“Israel” seria uma pobre vítima do Hamas e da Resistência Palestina que, sabe-se lá por qual motivo, decidiu invadir o sul do país. Como, diferentemente de Lajst, nós sabemos a história, sequer é correto dizer que os palestinos invadiram o sul de “Israel”, já que não é possível dizer que os donos da terra estão invadindo a própria terra. No máximo, os palestinos estão tentando retomar o que é deles e expulsar os invasores israelenses.
Mas deixemos um pouco de lado a história. O argumento de Lajst simplesmente não se sustenta na própria realidade. Ele quer que o mundo considere “Israel” uma vítima porque a Resistência Palestina teria matado 1.200 pessoas e sequestrado 240. Vale dizer que boa parte desse total são de elementos das forças armadas e colonos israelenses que nada mais são do que milícias armadas. Com muito cinismo, Lajst chama isso de massacre.
O problema é que, nove meses depois, falar que isso é um massacre é uma piada macabra, visto que “Israel” assassinou mais de 35 mil palestinos, sendo a maioria mulheres e crianças. Desses, a maioria são civis, não são membro dos grupos de Resistência. Qual é o verdadeiro massacre? E mesmo assim, considerando normal matar 35 mil pessoas, os sionistas não querem ser chamados de nazistas.
Lajst afirma que “é uma grave distorção histórica e, segundo a Aliança Internacional em Memória do Holocausto (IHRA), pode ser considerado também uma forma de antissemitismo, uma vez que é baseada numa visão bastante negativa sobre os judeus”.
Primeiro, segundo quem? Para o próprio sionismo, que é quem controla a tal IHRA, uma instituição cujo objetivo é defender os interesses de “Israel”. E vejam só, de “Israel” e não dos judeus em geral. Segundo, por que dizer que as ações do Estado de “Israel” são comparadas ao nazismo seria baseado “numa visão bastante negativa sobre os judeus”? Não há justificativa, é porque os sionistas dizem que é e quem discordar é antissemita também.
O senhor André Lajst pode até discordar, mas dizer que as ações do exército de “Israel” contra o povo palestino são comparáveis ao nazismo é denunciar também o nazismo. Não tem nada a ver com o povo judeu em si, se esse povo é bom ou ruim, mas com uma política. Além de falsificador, o sionismo não tem coerência.
A falsificação continua: “o elemento central da ideologia nazista era o extermínio do povo judeu”. Que os judeus foram vítimas do nazismo, isso é um fato. Mas será mesmo que o “elemento central da ideologia nazista” era o extermínio do povo judeu? Esse pode ter sido um aspecto importante, no entanto, os nazistas mataram muitos outros grupos sociais. O elemento central era a destruição das organizações populares, sindicais, em suma, de toda a democracia burguesia e da democracia operária. Para fazer isso, o fascismo alemão colocou em prática o terror contra os judeus e outros grupos étnicos, que acabaram sendo considerados inferiores pelo nazismo.
E é nesse sentido que o que “Israel” está fazendo pode ser comparado ao nazismo. A ideologia sionista é considera o palestino um ser inferior e coloca em prática uma política de limpeza étnica. Lajst nega que essa seja a política israelense, negando a realidade.
Para justificar isso, Lajst diz que não há campos de concentração como os do nazismo, nem um esquema industrial de extermínio. Segundo ele, portanto, só é possível fazer comparações históricas se as coisas forem idênticas. Assim, nada pode ser comparado, Lajst decretou o fim de qualquer analogia histórica.
Tudo isso, obviamente, para defender o massacre de mais de 35 mil civis. E isso, não há teoria e falsificação que possa esconder.