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Bolívia

‘Mentiu para o povo boliviano’ diz Morales sobre ‘golpe’

Em entrevistas e no X, principal líder popular do país vizinho acusa mandatário de tentar salvar governo em franca deposição

O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, denunciou em seu perfil oficial no X que o atual mandatário da nação sul-americana, Luis Arce, “enganou e mentiu para o povo boliviano e para o mundo”. A publicação foi feita no dia 30, quatro dias após a Bolívia sofrer uma nova tentativa de golpe de Estado liderada pelos militares, com tanques e tropas em frente à sede do governo, na capital do país, La Paz.

Na ocasião, o ex-presidente Evo Morales convocou uma ampla mobilização popular, sendo rapidamente atendido pela classe operária da nação, que derrotou a quartelada. Agora, no entanto, o líder deposto no golpe de Estado de 2019 tem denunciado a tentativa de autogolpe por parte do atual governo, que embora eleito graças ao apoio de Morales, foi expulso do partido Movimento ao Socialismo (MAS) por sua guinada à direita, tornando-se opositores. Em sua publicação na rede social, o líder cocaleiro disse:

“O presidente Luis Arce enganou e mentiu ao povo boliviano e ao mundo. É lamentável que seja utilizado um tema tão delicado como o relato de um golpe. Perante esta realidade, devo pedir desculpa à comunidade internacional pelo alarme gerado e agradecer a sua solidariedade para com o nosso país. É importante que uma investigação completa e independente demonstre a veracidade deste fato.”

Antes disso, em entrevista ao jornal boliviano La Razón concedida no último dia 29, Morales disse que o presidente Arce “enganou, mentiu para os bolivianos”, dizendo também estar “mais convencido” de que o atual presidente usou a manobra “para melhorar a imagem dele”:

“C. Se foi um golpe ou um autogolpe, há debate, [mas] estou mais convencido de que foi um autogolpe para melhorar a imagem dele ou deixar a Presidência para a junta militar”, declarou Morales ao jornal.

No último dia 26, militares liderados pelo general Juan José Zúñiga, ex-comandante do Exército da Bolívia, ocuparam a Plaza Murillo, onde também se localiza o Palácio Quemado, sede do governo do país. Zúñiga fora destituído do cargo por Arce um dia ante, após criticar Morales e pedir a liberação dos presos políticos envolvidos com o golpe de 2019, entre eles, o ex-governador golpista Luis Fernando Camacho. Segundo Zúñiga, os militares buscavam “restaurar a democracia”. “Exigimos a liberação de todos os presos políticos. É um pedido das forças armadas a liberação de todos os presos políticos”, disse o general.

Em outro momento, Zúñiga negou que a mobilização de tropas em frente à sede do governo boliviano tivesse qualquer intenção golpista, acusando o mandatário do país de forjar a cena para “aumentar a sua popularidade”, uma reação relativamente normal diante do desenrolar da situação. O general disse ainda que “no domingo [23], eu meu reuni com o presidente. Ele me disse que a situação está ‘foda’, que a semana é crítica e que seria necessário algo para aumentar a sua popularidade. Então eu perguntei: ‘Tiramos os blindados?’ e ele disse: ‘Tire’. No mesmo dia os blindados começaram a ser preparados”, descreveu o general boliviano.

O que parece uma argumentação tola da direita para desacreditar uma tentativa de golpe, no entanto, ganhou ares de veracidade após a denúncia do principal líder popular da Bolívia. Em programa de rádio, o ex-presidente disse ter recebido informações seguras de que Arce considerava opções para evitar que “Evo voltasse a ser presidente, incluindo um governo militar, comandado por uma junta militar”, disse.

As denúncias de Morales incrementam ainda mais a turbulenta situação política da Bolívia, que acompanhando a crise mundial, se acentua. O principal vampiro a drenar as riquezas bolivianas e condenar as massas trabalhadoras do país à miséria, o imperialismo, usa direitistas assumidos como Camacho e setores filo imperialistas da esquerda para controlar o país mais pobre do subcontinente, uma manobra similar à tentada pelos monopólios contra o ex-presidente peruano Pedro Castilho e também do ex-mandatário equatoriano, Lenín Moreno, que se apresentando como um político de esquerda, empreendeu uma forte ofensiva contra o principal líder nacionalista do Equador, o ex-presidente Rafael Correa.

Para o imperialismo, por outro lado, a necessidade de controlar a América Latina torna-se ainda maior, dado as derrotas que tem sofrido no resto do planeta. Nenhum esforço foi poupado pela ditadura mundial, como observado à época da campanha golpista contra a presidenta brasileira, Dilma Rousseff, para o qual golpistas de direita e também de esquerda foram mobilizados. Com ainda mais vigor deverão ser organizar um cerco contra Morales na Bolívia. Assim como em outras nações de seu “quintal”, o que deve colocar o Brasil sob alerta.

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