Nem só de Casagrande e Milly Lacombe vivem os ataques ao futebol brasileiro por parte da imprensa burguesa nacional. O precursor dessa turma é Juca Kfouri.
O jornalista, assim como Casagrande, finge que é de esquerda, o que permite enganar parte dos torcedores brasileiros que, infelizmente, acabam se deparando com suas colunas em algum portal da imprensa burguesa.
Em uma coluna recente, Kfouri defendeu abertamente o interesse dos banqueiros e saudou os campeonatos europeus de maneira bem direta, deixando para trás qualquer disfarce esquerdista.
A maioria dos jornalistas prefere defender esses mesmos interesses se utilizando do identitarismo como proteção, como o combate ao racismo através de prisões e até a defesa da banqueira Leila Pereira, disfarçada de luta pelo direito das mulheres.
Juca Kfouri partiu para o ataque, defendendo uma das políticas mais nocivas contra o nosso futebol, que é a perda dos novos talentos brasileiros para os grandes clubes internacionais. Para ele, o torcedor brasileiro, além de comemorar vitórias e títulos de seus times, deveria celebrar o balanço positivo do clube com o mesmo vigor.
Sem dúvida, o caixa e a gestão dos clubes fazem parte das preocupações dos torcedores, muitos dos protestos da torcida são em relação a esses assuntos. Porém, comemorar a venda de uma jovem revelação do time para o futebol estrangeiro porque isso é bom para o caixa do clube é um completo absurdo.
Kfouri defende que a boa gestão aliada a grandes valores no caixa é “o caminho das taças”, além disso “como fazer frente ao euro, ao dólar, à libra?”, questiona.
Afinal, os campeonatos internacionais são “rentáveis, disputados racionalmente, dentro de calendários sensatos, com talentos que brotam nesta terra em que se plantando tudo dá”.
Ele cita os casos de Endrick, Luis Guilherme e Estevão, jogadores que saíram jovens de seus clubes no Brasil através de contratos milionários. “Três meninos que deixaram para trás vidas modestas e entram para o clube dos milionários; e, por isso, é claro, um viva a eles”.
Sendo assim, o torcedor deve se alegrar com o sucesso individual de jogadores que deixaram seus clubes de coração, mas que deixam a solução para os problemas: o alto valor em caixa.
Obviamente, há diversos problemas na organização e estrutura dos campeonatos nacionais. Kfouri supõe que esses jogadores não queiram jogar em “nossos maltratados gramados” e preferem “aqueles impecáveis vistos pela TV”.
Porém, o enfraquecimento da organização do futebol brasileiro serve diretamente aos interesses dos especuladores que dominam o futebol internacional, somente assim é possível roubar nossos maiores talentos cada vez mais cedo.
Ao invés de denunciar os fatores que levam a essa situação, Kfouri prefere defender a entrega deliberada dos craques brasileiros para “a alegria de espanhóis e ingleses”, defendendo abertamente interesses dos banqueiros internacionais.
Não há nada de esquerdista a respeito de Juca Kfouri, ele é apenas mais um defensor dos interesses imperialistas em relação ao futebol brasileiro. Como tal, consegue espaço na imprensa capitalista nacional para enganar os seus leitores.