Um fato que ocorreu neste último domingo e que tem chamado a atenção de vários setores da esquerda e da imprensa progressista em geral foi o caso em que a Justiça Federal de São Paulo decidiu autorizar a deportação do palestino Muslim M. A. Abuumar. Ele estava detido no aeroporto de Guarulhos desde sexta-feira (21).
Assim que desembarcou de seu avião, o cidadão palestino foi parado pela Polícia Federal (PF), lhe perguntando se ele tinha alguma ligação com a resistência palestina. O professor palestino viajou acompanhado de sua esposa, grávida de sete meses, do filho do casal, de seis anos, e de sua sogra. Veio ao Brasil em visita ao seu irmão.
A deportação aconteceu no mesmo dia, segundo a imprensa, já na noite de domingo, ele embarcou em um voo para Doa, no Catar, e seguiu de volta a Malásia. Em sua decisão, a juíza Milenna Marjoria da Cunha, ao vetar a deportação em questão, afirmou que “não é possível aferir os motivos pelos quais foram impedidos de entrar no Brasil”, dando à PF um prazo de 24 horas para a apresentação de novas provas. Então, ela revogou a decisão depois que o FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, apresentou à PF supostas provas de que ele teria relação com o Hamas.
Não há dúvidas de que Abuumar foi uma vítima direta dos serviços de inteligência israelense (Mossad) junto às duas instituições do imperialismo citadas acima. E pior, uma decisão e uma interferência direta ao governo brasileiro e a PF brasileira, sendo assim um ataque direto a soberania do país. Além da Justiça Federal de São Paulo, o Ministério Público Federal (MPF) também considerou a ação da PF como sendo legal. A defesa da Abuumar afirmou que vai recorrer da decisão no Tribunal Regional Federal da 3ª Região.
Por meio de uma declaração publicada no X Abuumar conta tudo o que aconteceu e a respeito das tais “provas” do sionismo norte-americano contra ele, o cidadão palestino, que já veio ao Brasil em outras oportunidades e inclusive tem um visto de entrada múltipla válido, disse o seguinte: “a polícia apresentou um conjunto de alegações fabricadas de apoio ao terrorismo, devido à minha atividade acadêmica em apoio à causa palestina e minha posição clara em apoio aos direitos palestinos e denunciando a ocupação sionista terrorista da Palestina”.
Em outro ponto da sua declaração, Abuumar mostra claramente que o governo brasileiro ao se deixar levar pela intromissão de outros países quanto a sua deportação ele afirma que “as ordens vieram de fora do país”. “Além disso, nunca violei nenhuma lei brasileira e sei bem que o governo brasileiro não vê a resistência palestina como terrorismo. Naquele momento, ficou muito claro que as ordens vieram de fora do país, de uma potência imperialista estrangeira que tem um longo e sombrio histórico de intromissão nos assuntos de outros países”.
É de conhecimento de todos que o governo brasileiro e vários outros países do mundo não considera o Hamas uma organização terrorista, isto por si só, deixa claro que o cidadão não poderia ter sido deportado. Por outro lado, uma pessoa que junto ao seu povo está sendo martirizado e estão sendo vítima de um verdadeiro extermínio não deveria ser tratado dessa forma por um governo que se diz do bem, conciliador, a favor da paz e etc.
Enquanto isso, sionistas e defensores do extermínio do povo palestino em Gaza andam livremente pelo Brasil, possivelmente até com escolta e defesa direta das forças de repressão brasileira. É um verdadeiro absurdo. A pergunta que fica é: O Brasil faz parte do Estado de “Israel”? É comandado por sionistas? Será que o território brasileiro já foi anexado a Telavive?