Na sexta-feira (21), a Polícia Federal deteve um cidadão palestino e sua família no Aeroporto de Guarulhos. Muslim M. A. Abuumar Rajaa, professor e residente da Universidade da Malásia e diretor do Centro de Pesquisa e Diálogo da Ásia e do Oriente Médio (OMEC), pode ser deportado a qualquer momento sem qualquer justificativa.
Rajaa está acompanhado de sua esposa, grávida de sete meses, seu filho de cinco anos e de sua sogra. Segundo informou Habib Omar, irmão de Muslim, ao Opera Mundi, o palestino foi surpreendido pela PF assim que desembarcou:
“Ele [o policial] perguntou sobre o que ele [Muslim] pensa a respeito do genocídio em Gaza, o que pensa sobre a resistência palestina”, relatou Omar. “Ele tem visto para três meses aqui. Já passou pela Embaixada do Brasil na Malásia. Não tem problema nenhum”, continuou.
Ahmad Shehada, presidente do Instituto Brasil-Palestina (Ibraspal), informou, também ao Opera Mundi, que as ordens partiram da chefia de Inteligência da Polícia Federal. Este departamento possui laços estreitos com o Mossad.
“A ordem veio de Brasília para Guarulhos. E eles [Polícia Federal] não tinham como passar por cima da ordem […] Mostraram um site estrangeiro de fonte israelense, afirmando que ele é acusado e faz parte da resistência palestina, que em especial coopera com Hamas. Perguntaram se faz parte de algum partido palestino, se faz parte da resistência, perguntas que não têm nada a ver com o Brasil”, explicou Shehada.