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HISTÓRIA DA PALESTINA

A farsa das raízes socialistas do Estado fascista de ‘Israel’

Para esconder a limpeza étnica que foi a criação de “Israel”, os sionistas criam um mítico passado socialista

O Estado de “Israel” criou uma série de mitos para justificar a sua monstruosa existência. O Estado foi fundado pela limpeza étnica de 800 mil palestinos realizada por milícias fascistas apoiadas por banqueiros ingleses. Ou seja, uma história de criação horrenda. Por isso, criou uma fundação mitológica, afirmando que teria surgido do socialismo, de judeus socialistas que criaram comunidades coletivistas, os Kibbutz. Antes da criação de “Israel”, a esquerda já denunciava essa farsa. Foi o caso do jornal The New International, que publicou, em 1942, o artigo A Colonização Judaica da Palestina.

O artigo discorre: “os kibutzim (assentamentos coletivos) não são de forma alguma uma característica única da Palestina; nem são socialismo. O risco de investimentos privados, por um lado, e o crescimento das cidades em um contexto de agricultura subdesenvolvida, por outro, forjaram o kibutz como instrumento de desenvolvimento capitalista na agricultura. A abundância de mão de obra estável (dentro do kibutz), uma economia de consumo coletivizado e a ausência de grandes trustes agrícolas combinaram-se para torná-los o tipo de assentamento mais rentável”. A sóbria análise econômica já acaba com a mitologia socialista.

Ele explica, no entanto, de onde vem essa tese: “o kibutz é uma criação da classe trabalhadora judaica. Incapazes de competir contra a mão de obra árabe mais barata nos assentamentos judaicos, os primeiros chalutzim [primeira leva de imigrantes sionistas] se uniram em um estado de comunismo forçado, pois, do contrário, teriam perecido. Logo esses grupos, com ajuda externa, começaram seus próprios empreendimentos na mesma base, o kibutz agora servindo como uma base (da mesma forma que o fellah [campones palestino], trabalhando em seu paviel, o trabalho assalariado nas colônias serve apenas como uma fonte adicional de renda) a partir da qual entrar como trabalho assalariado nas colônias deixadas para os árabes”.

Ou seja, o kibutz começou como uma necessidade para os imigrantes e assim foi romantizado com o socialismo. Com o desenvolvimento da colonia sionista, ele se tornou cada vez mais distante de seu caráter inicial. Hoje, os kibutzes são comunidades quase militares voltadas para defender as fronteiras de “Israel” das organizações da resistência. Por isso, há vários no entorno de Gaza. Ou seja, eles acompanharam o sionismo ao longo de seu desenvolvimento.

O artigo, então, critica as teses da esquerda sionista: “uma parte integral da Palestina capitalista atual e não o protótipo da nova sociedade, o movimento kibutzista, no entanto, exerce uma forte influência de esquerda sobre todo o yishuv [comunidade sionista]. E isso, devido ao atraso do movimento trabalhista palestino. Em vez de guiar a luta de classes contra a burguesia palestina e britânica, eles estão na linha de frente como um instrumento da política nacional trabalhista. Trabalho cem por cento judaico e uma sociedade à beira de sua transformação em socialismo, não andam de mãos dadas”. Ou seja, o projeto de segregação desde seu princípio não poderia ter uma política socialista.

Logo em seguida, comenta a questão rural: “além disso, com a crescente industrialização do país, o centro de gravidade se deslocará para as cidades. À medida que o capital financeiro ganha uma posição dominante na agricultura, o kibutz declina em importância; à medida que o número relativo de trabalhadores engajados na agricultura diminui, seu peso no conflito revolucionário subsequente é reduzido”. 

O autor, então, explica de forma ainda mais clara: “esses assentamentos coletivos não são, portanto, a transição para o socialismo, mas o produto de todos os aspectos do atraso do país, misturado com um socialismo ocidental importado e adulterado. No entanto, após a revolução socialista, o kibutz pode muito bem se tornar uma das pedras angulares da sociedade socialista emergente. Caso contrário, através de um desenvolvimento contínuo do capitalismo, como já ocorre na cidade, a kibbutziut será esmagada pelos capitalistas mais fortes, economicamente, e superada por formas de luta de classes mais militantes, politicamente. Portanto, o kibutz deve ser mais precisamente rotulado como coletivista do que socialista”.

Ou seja, as comunidades coletivas rurais são semelhantes ao que existia na Rússia dos camponeses. Alguns teóricos antes do marxismo tentaram criar uma teoria de que essas comunidades eram tradicionalmente socialistas e delas surgiria o socialismo, um absurdo. O socialismo só pode surgir por meio do desenvolvimento do capitalismo, por meio de sua superação. Os kibutzes, portanto, são apenas comunidades rurais com trabalho coletivo, mas que existem dentro do sistema vigente, ou seja, o capitalismo.

No caso da colônia palestina inglesa, esse sistema ainda era o da colônia sionista. Ou seja, eles não agrupavam de forma unificada a população árabe e europeia, era mais um estímulo para a divisão dessa população. Essa divisão era um dos aspectos mais reacionários da sociedade. Foi ela que permitiu a monstruosidade que foi a criação do Estado de “Israel”.

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