Para defender a saúde dos bancários nesta Campanha Salarial, é necessário derrotar a política reacionária dos banqueiros e exigir das direções sindicais que deem um basta com a política de capitulação diante dos banqueiros para preparar uma verdadeira luta da categoria bancária.
O grande número de bancários doentes é o resultado direto das péssimas condições de trabalho nos setores e do constante assédio sofrido pela categoria, diante da voracidade por lucros dos banqueiros e seus serviçais.
Além de sofrer com a falta de materiais, a falta de funcionários e o aumento considerável da carga de trabalho, a cada dia, os chefes estão exigindo mais produtividade dos trabalhadores, submetendo-os ao regime do chicote para o atingimento de metas cada vez mais exigentes, mesmo sem as condições mínimas para isso.
Na categoria, não existe, efetivamente, uma campanha contra as péssimas condições de trabalho e de denúncias dos banqueiros que, objetivamente, são responsáveis pelos acidentes ocorridos em seus bancos, sob a sua direção, na medida em que as direções sindicais não trava uma verdadeira luta através da criação de comitês de lutas nos locais de trabalho, eleição na CIPA etc. Ou seja, uma política que organize os trabalhadores nos seus locais de trabalho no sentido de se contrapor ao massacre que eles sofrem dia após dia. Geralmente, as ações das entidades de luta dos trabalhadores são atividades burocráticas do tipo palestras, confecção de cartilhas, atos performáticos, intermináveis negociações com os banqueiros etc.
As eleições para cipeiros dos bancários, que é uma conquista da categoria para lutar contra as más condições de trabalho, não são impulsionadas pela burocracia sindical, que atua com uma política de conciliação com os banqueiros. Além disso, o dia do cipeiro não é mais comemorado nos locais de trabalho como dia de luta por melhores condições de trabalho, com campanhas contra a política dos banqueiros de comprometer a saúde dos trabalhadores para conseguir uma lucratividade maior. Não há uma única referência ao dia do cipeiro e, quando tem, é apenas feita para fazer demagogia em período eleitoral.
Os bancários vêm apresentando, sistematicamente, altos índices de doenças do trabalho. A excessiva carga de trabalho imposta pelos banqueiros é responsável pelo desenvolvimento de inúmeras doenças, como a depressão, síndrome do pânico, estresse, fadiga, LER/Dort, entre outras sequelas que fazem da categoria uma das mais afetadas com as doenças ocupacionais.
Os bancários já se preparam para a sua próxima Campanha Salarial, cuja data base é no mês de setembro. Neste sentido, é de fundamental importância que os trabalhadores bancários exijam, das suas direções sindicais, que todas as cláusulas aprovadas na Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, no que diz respeito à saúde do trabalho, sejam atendidas pelos banqueiros, tais como: reposição integral das perdas salariais; piso salarial de R$7 mil; mais contratações; eleição dos cipeiros em todos os locais de trabalho; combate, através da criação de comitês de luta, contra o assédio moral e sexual; etc.
O que está colocado para os bancários é a necessidade de dar um basta à política dos banqueiros, que vêm atacando sistematicamente as condições de vida da categoria, e exigir das direções sindicais que efetivamente organizem uma gigantesca mobilização para barrar essa política dos patrões, política essa que é um verdadeiro moedor de carne humana no sentido da obtenção de lucro a qualquer preço.