O Hesbolá, partido mais popular do Líbano, publicou nesta terça-feira (18) um vídeo capturado por drones de reconhecimento que sobrevoaram o território da Palestina ocupada, incluindo Quiriate Chimona, Naharia, Safad, Carmiel, Afula, até Haifa e seu porto.
O vídeo de nove minutos e meio intitulado “Foi com isto que a Poupa voltou” (poupa: pássaro da Eurásia) mostra localizações sensíveis à “Israel”. Segundo especialistas entrevistados pela Al Mayadeen, existem três tipos de alvos sensíveis destacados pelo vídeo do Hesbolá: alvos militares (o Complexo Militar-Industrial afiliado a empresa Rafael e a Base Militar de Haifa), alvos civis (a área de Craiot) e alvos estratégicos (o Porto de Haifa e suas instalações).
Estes alvos apontados no vídeo têm por objetivo estabelecer um equilíbrio de dissuasão contra “Israel”. Uma das fontes do jornal Al Mayadeen disse que “O Hesbolá queria dizer que [a equação é] militar por militar, civil por civil e estratégico por estratégico”. Ou seja, para cada alvo que os sionistas atacarem no Líbano, o Hesbolá responderá na mesma moeda e, como disse o secretário-geral do Hesbolá, Hassan Nasseralá, a resposta da resistência será ainda maior.
A apresentação da localização destes alvos é, em si, um grande golpe contra “Israel”. Especialistas militares apontaram que estes locais não são divulgados por empresas e páginas digitais especializados em imagens aéreas e industriais, a mando do governo sionista. A confirmação destes alvos demonstra a capacidade e a força militar do Hesbolá e a fragilidade de “Israel”.
O partido libanês destacou que os drones de reconhecimento sobrevoaram o espaço aéreo israelense contornando as defesas aéreas de “Israel” e retornaram ao Líbano sem serem identificados pelos sionistas. Demonstrando a superioridade militar da Resistência para com os israelenses. O major-general Wasif Arikat e o general Mohammad Abbass constataram que a superioridade militar do Hesbolá perante “Israel” é inegável.
Arikat disse ainda que a mensagem por trás do vídeo foi recebida pelos israelenses e que “o que está acontecendo agora não é uma guerra de campo, mas uma guerra de conscientização que provou que o exército israelense, antes descrito como o ‘exército invencível’, foi derrotado e recuou”.
Analistas declararam que o vídeo, além de demonstrar a superioridade militar do Hesbolá, possui diversos alertas e mensagens “secretas” para os sionistas. Ao analisar o vídeo percebe-se que o míssil ilustrado ao lado do cartão de alvo tem aletas de orientação para frente, simbolizando um míssil de precisão, demonstrando a capacidade de destruição precisa da resistência e a utilização de armas de alta tecnologia por parte do movimento.
Para além disto, o vídeo do Hesbolá mostra um míssil vermelho ilustrado ao lado do cartão de identificação do Porto de Haifa, indicando a alto nível de seriedade em que o Hesbolá considera o porto enquanto possível alvo. O general Mohammad Abbass constatou ainda que o próprio nome do vídeo é uma mensagem para os sionistas, isto, pois a poupa é um pássaro que percorre grandes distâncias e o Hesbolá estaria, assim, insinuando que seus drones teriam percorrido um longo caminho dentro do território da Palestina ocupada até voltarem para o Líbano. Assim como a frase final do vídeo – “e os pássaros voam” – seria um recado de que os drones do Hesbolá ainda estariam sobrevoando o espaço aéreo israelense.
Outra mensagem “secreta” foi o horário de divulgação do vídeo. Fontes do Al Mayadeen disseram que o momento de divulgação está indubitavelmente ligado à visita do enviado dos EUA, Amos Hochstein, ao Líbano para uma missão “de natureza israelense”. Hochstein já havia pedido a redução imediata das tensões na fronteira entre o Líbano e “Israel”.
O vídeo é o primeiro de uma série de vídeos que será lançada pelo Hesbolá. Os episódios mostraram o quão longe os drones de reconhecimento da resistência adentraram o território da Palestina ocupada.
