Previous slide
Next slide

Líbano

‘Israel’ vai lançar uma guerra total contra o Hesbolá?

Estaria "Israel" tentando provocar uma guerra regional?

Durante sua visita a Beirute, no dia 18, o enviado dos Estados Unidos da América, Amos Hochstein, pediu uma desescalada imediata das tensões na fronteira entre o Líbano e “Israel”. Tais apelos surgiram após meses de duelos de artilharia e escaramuças militares entre as forças israelenses e o braço armado do Hesbolá,

É do interesse de todos resolver o problema de forma rápida e diplomática, o que é possível e urgente“, enfatizou o norte-americano.

Hochstein conversou com o presidente do parlamento libanês, Nabih Berri, após sua reunião com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netaniahu, em Jerusalém, no dia anterior.

Um cessar-fogo em Gaza e, ou, uma solução diplomática alternativa também poderiam encerrar o conflito na Linha Azul [fronteira Líbano-israelense]“, continuou o enviado. Como Hochstein demonstrou em seu pedido, há uma pressão enorme vinda dos EUA para construir um cessar-fogo entre as forças israelenses e o Hesbololá, permitindo que a população desalojada retorne ao sul do Líbano e, em especial, ao norte de “Israel”.

Tal pressão tem por objetivo distensionar um conflito que, até o momento, já desabrigou mais de 200 mil israelenses, com efeitos colaterais muito piores caso evolua para uma guerra aberta.

Por sua vez, o primeiro-ministro libanês explicou que, “o que é necessário [para a paz] é interromper a contínua agressão israelense contra o Líbano e retornar à calma e à estabilidade na fronteira sul“. O enviado norte-americano, além da reunião pública com o primeiro-ministro libanês, ainda conversou a portas fechadas com o comandante do exército, Joseph Aoun.

Em resposta, o Hesbolá divulgou na terça-feira imagens que mostram seus drones de reconhecimento sobrevoando o território israelense, incluindo Quiriate Chimona, Naharia, Safad, Carmiel, Afula, estendendo-se até o porto de Haifa.

Divulgado sob o título de “isto é o que o hoopoe trouxe de volta”, o vídeo expôs estruturas israelenses sensíveis, como o complexo das indústrias Raphael, responsável pela fabricação de mísseis utilizados no sistema “iron dome”, além de outras plataformas militares. O “hoopoe” no título do vídeo, refere-se ao nome do drone utilizado, que por sua vez foi nomeado em homenagem a uma espécie de ave típica da região. O Hesbolá indicou que as imagens são apenas o primeiro episódio de outros que estão por vir, destacando que os drones contornaram as defesas aéreas israelenses e retornaram ao espaço aéreo libanês sem serem detectados.

O tigre de papel

Muito claramente os EUA temem que “Israel” abra uma nova frente no Líbano, tendo em vista a incapacidade das forças de ocupação israelenses em esmagar a resistência palestina em Gaza. Uma guerra contra os Hesbolá no Líbano, significaria uma guerra contra o Líbano, galvanizando a milícia xiita perante a sociedade libanesa, como não só defensores da causa palestina, como também defensores da soberania nacional do país, algo que já é realidade desde que o Hesbolá expulsou “Israel” do Líbano.

Além disso, muito claramente as capacidades israelenses não são suficientes para enfrentar um dos elos mais bem estruturados do chamado “Eixo da Resistência”, a internacional xiita comandada pelo Irã. Para se ter uma ideia, o braço militar do Hesbolá possui capacidades bélicas superiores às forças armadas libanesas. Importante destacar que, além de sua capacidade material superior, o braço armado do Hesbolá possui uma capilaridade infinitamente superior às forças armadas libanesas, com túneis, bases e casamatas espalhados por todo o país. Além disso, conta com a rica experiência de combate contemporâneo promovido pela participação no conflito sírio.

Em suma, o Hesbolá é uma das forças mais bem preparadas do Oriente Médio, até mesmo superando as capacidades militares de atores estatais. No entanto, o exército israelense disse na terça-feira (18/06) que “os planos operacionais para uma ofensiva no Líbano foram aprovados e validados“. Os altos comandantes também decidiram “acelerar a prontidão das forças em terra“, segundo a declaração militar. Simultaneamente, o Pentágono expressou seu desejo de evitar uma guerra regional no Oriente Médio.

Isso ocorreu pouco depois de o ministro das Relações Exteriores sionista, Israel Katz, ter advertido ainda na terça-feira (18) que uma guerra em larga escala contra o Hesbolá era iminente, apesar dos esforços dos Estados Unidos para evitar o escalonamento do conflito na fronteira sul do Líbano.

O temor dos EUA é de que o conflito em Gaza, que é o motivo das tensões na fronteira com o Líbano, escale finalmente para um conflito aberto entre Hesbolá e forças de ocupação israelenses. Tal guerra significaria por um aliado direto de Teerã contra forças israelenses no Líbano, possivelmente, arrastando o próprio Irã e grande parte do Oriente Médio para uma guerra regional, que obrigaria os EUA a utilizarem suas forças (o que significaria a mobilização de soldados norte-americanos) no conflito, em defesa de “Israel”.

O problema, no entanto, é que o temor dos EUA é a esperança israelense, vide os planos do gabinete de Netaniahu para abrir um novo frente no Líbano. Os falcões da guerra israelenses sabem muito bem que não possuem capacidades militares para derrotar o grupo xiita. Mas, em seu crescente desespero, apostam que os EUA não deixariam seu vassalo mais importante afundar perante as forças do Eixo da Resistência, implicando em uma verdadeira derrota estratégica para os norte-americanos e todo o imperialismo no Oriente Médio.

O que planejam os israelenses ao abrirem uma nova frente no Líbano não é eliminar o Hesbolá diretamente, mas escalar em suas provocações contra Teerã, possivelmente até arrastando o Irã para o conflito e, com isso, arrastar os EUA para uma guerra regional. Contando com a vitória norte-americana, “Israel” cutuca seus inimigos estratégicos para provocar a guerra, pois, como disse o próprio Joe Biden em 1986 quando ainda era senador:

Se não houvesse uma Israel, os EUA teriam que inventar uma Israel para proteger nossos interesses na região

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.