Foi aprovado na nessa terça-feira (11), pelos deputados estaduais da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, um projeto de lei que autoriza a interrupção de partidas de jogos de futebol no estado em casos de “racismo e homofobia”. A proposta chega a prever até mesmo o encerramento dos jogos.
O protocolo previsto no projeto propõe as seguintes medidas:
- Interromper a partida até o fim da “conduta discriminatória”;
- Se a conduta se repetir, interromper a partida por 10 minutos e determinar a saída dos atletas do local, como o gramado ou a quadra;
- Se a conduta persistir ou se repetir, encerrar a partida.
O texto também traz em destaque as seguintes advertências:
- Em qualquer situação, os organizadores da partida devem informar a ocorrência à polícia e à torcida, por meio do sistema de som do estádio ou arena esportiva.
- O protocolo vale do início ao final da partida. Se a ocorrência discriminatória acontecer entre a abertura do estádio e o início do jogo, o árbitro poderá cancelar a disputa.
A proposta foi colocada em votação na esteira da grande histeria feita pela imprensa imperialista em cima da figura do jogador de futebol brasileiro Vinicius Junior, que joga no Real Madrid da Espanha. O craque brasileiro vem sendo alvo de ofensas racistas durante partidas de futebol no campeonato espanhol.
Ainda que as ofensas de fato sejam racistas, não é difícil perceber que a burguesia, que não liga a mínima para o futebol brasileiro, nem muito menos para os negros imigrantes que vivem na Espanha, está se aproveitando do acontecimento para levar adiante uma perseguição contra as torcidas.
O projeto de lei foi proposto, como não poderia deixar de ser, pela ala identitária da assembleia, mais precisamente pela lavajatista Luciana Genro (PSOL), e foi aprovado, pasmem, por unanimidade, em uma casa onde mais da metade das cadeiras são ocupadas por deputados da direita e da extrema direita, cujos correligionários eleitos para o executivo no estado são os grandes responsáveis por deixarem centenas de milhares de pessoas desabrigadas no Rio Grande do Sul e matar outras milhares afogadas.
A aderência de setores que estão provocando uma verdadeira catástrofe no Rio Grande do Sul a esse projeto de lei mostra que não se trata, nem de longe, de algo benéfico para a população oprimida, muito pelo contrário, é na verdade mais uma arma a ser usada pelos opressores para reprimir a população e nesse caso um setor muito bem organizado da população, que são as torcidas dos times de futebol.