No último sábado (8), “Israel” realizou um dos maiores massacres em Gaza desde 7 de outubro de 2023. O Massacre de Nusseirat resultou na morte de mais de 270 palestinos. Por meio dessas centenas de assassinatos, os sionistas recuperaram quatro prisioneiros que haviam sido feitos pelo Hamas durante a deflagração da Operação Dilúvio de Al-Aqsa — mataram, entretanto, outros três prisioneiros israelenses no processo!
Para transportar os prisioneiros de volta para “Israel”, o exército sionista partiu de um helicóptero que se encontrava perto do píer construído pelos Estados Unidos no litoral de Gaza sob pretexto de fornecer ajuda humanitária aos palestinos. Denúncias ainda dão conta de que o caminhão de ajuda humanitária utilizado para invadir Gaza, dentro do qual estavam escondidos soldados israelenses disfarçados, também saiu do píer norte-americano.
Quer dizer, os Estados Unidos tiveram uma participação importante no massacre em questão, participação que se deu, principalmente, por meio deste píer. Antes de sua construção, a Resistência Palestina já havia alertado que ele seria construído para que os EUA pudessem intervir diretamente em Gaza em apoio à ocupação sionista.
Apesar de tudo isso, os Estados Unidos continuam afirmando que este píer tem, sim, propósitos humanitários. Algo que tem sido sistematicamente desmascarado.
Na segunda-feira (10), o porta-voz do Pentágono, Major General Pat Ryder, anunciou que 1.573 toneladas de ajuda humanitária foram entregues do cais até a praia, incluindo 492 toneladas desde que reabriu no sábado (8), após o cais ter se quebrado devido a condições climáticas ruins no mês passado. No entanto, esses suprimentos não estão chegando aos palestinos e nunca realmente chegaram.
Desde que o cais se tornou operacional, em 17 de maio, quase nenhum alimento chegou aos palestinos. O Programa Mundial de Alimentos (PMA) relatou que apenas 15 caminhões do cais chegaram ao seu armazém em Gaza para distribuição entre 17 e 18 de maio, e nenhuma ajuda foi entregue de 19 a 21 de maio.
No domingo, o PMA anunciou que pausou a distribuição de ajuda humanitária do cais devido a preocupações de segurança, após o Massacre de Nusseirat. O PMA, agência da ONU que coordena as entregas, afirmou que as 492 toneladas de ajuda mencionadas pelo Pentágono permanecerão em armazéns até novo aviso, alertando que todas as operações humanitárias em Gaza estão à beira do colapso.
Um olhar mais atento ao cais
Funcionários do governo Biden defendem o cais, afirmando que ele não é um fracasso, uma manobra de relações públicas ou qualquer coisa do tipo.
Em 17 de maio, o primeiro dia em que o cais estava operacional, Jeremy Konyndyk, ex-funcionário da USAID e atual presidente do Refugees International, descreveu-o como “teatro humanitário”, enfatizando seu foco em aparências políticas em vez de assistência genuína. Konyndyk acrescentou que, enquanto o presidente faz propaganda do píer, a capacidade humanitária real em Gaza se deteriora.
Em resposta a uma pergunta da imprensa sobre os comentários de Konyndyk em 23 de maio, Dan Dieckhaus, diretor da resposta humanitária da USAID no Levante, afirmou: “eu não chamaria de teatro conseguir alimentos e outros suprimentos suficientes para dezenas de milhares de pessoas por um mês dentro de alguns dias… todos têm direito à sua opinião, mas acho que já estamos fazendo uma contribuição significativa para o esforço geral“.
Entretanto, segundo relatório publicado pela revista Responsible Statecraft, antes de o cais dos EUA ser aberto, mais ajuda alimentar chegava aos palestinos. O fechamento da passagem de Rafá, em maio, resultou em 66.181 paletes de alimentos a menos chegando aos palestinos em comparação com abril. Enquanto isso, alimentos e outras ajudas estão se acumulando fora de Gaza na passagem terrestre de Rafá.