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'Israel'

Ministro do Gabinete de Guerra israelense sai do governo

Crise no Estado sionista se aprofunda a medida em que a resistência palestina impõe cada vez mais derrotas ao exército israelense

Neste domingo (9), Benny Gantz, ministro do Gabinete de Guerra de “Israel”, anunciou sua saída do governo. “Infelizmente, Netaniahu está a nos impedindo de avançar em direção a uma verdadeira vitória que justifique o doloroso preço que continuamos a pagar. Estamos deixando a unidade do governo com o coração pesado, mas com plena confiança”, afirmou.

Em seu discurso de renúncia, Gantz disse que os israelenses merecem mais do que “promessas vazias”, afirmando que a “verdadeira vitória” significa a volta dos prisioneiros, a substituição do Hamas como governo em Gaza e a criação de uma aliança regional contra o Irã.

Benny Gantz é líder do Partido da Resiliência de “Israel” (PRI), o qual compõe a chamada Unidade Nacional. Ele passou a fazer parte da base do Likud, partido de Netaniahu, no parlamento israelense a partir de 7 de outubro de 2023. Inicialmente, o PRI possuia cinco membros no governo de emergência, entretanto, outros dois já renunciaram ao cargo após o anúncio de Gantz, Gadi Eisenkot e Yehiel Moshe Tropper.

O ministro sionista já havia declarado, em maio, que seria obrigado a renunciar caso o governo israelense não apresentasse um “plano de ação” sobre o que fazer com a Faixa de Gaza até o último sábado (8).

“Para que possamos lutar da forma correta, o gabinete de guerra deve formular e aprovar até 8 de junho um plano de ação que levará à implementação de seis objetivos estratégicos de importância nacional”, afirmou Gantz na época.

Ao anunciar sua renúncia, ele também pediu ao Ministro de Defesa de “Israel”, Joabe Galante, o terceiro membro do Gabinete de Guerra, “faça o que é certo” e saia do governo. Ademais, ele instou Netaniahu a convocar novas eleições:

“Para garantir uma vitória real, é apropriado que no outono, um ano [após] o desastre, realizemos eleições que eventualmente estabelecerão um governo que conquistará a confiança do povo e será capaz de enfrentar os desafios [de ‘Israel’] […] Apelo a Netaniahu: estabeleça uma data eleitoral acordada. Não deixe nosso povo ser dilacerado.”

O primeiro-ministro sionista, por sua vez, se limitou a solicitar que Gantz não abandonasse o governo neste momento em nome de uma “aliança nacional”. Em sua conta oficial no X (antigo Twitter), ele disse que “Israel está em uma guerra existencial em múltiplos fronts”. “Benny, não é a hora de abandonar a campanha — é hora de juntar forças”, disse.

Pouco tempo depois do anúncio de Benny Gantz, Itamar Ben-Gvir, ministro da Segurança Nacional de “Israel” e representante de uma das alas mais sanguinolentas do sionismo, afirmou que solicitou entrada no Gabinete de Guerra. “Apresentei um pedido ao primeiro-ministro exigindo a adesão ao gabinete”, afirmou.

Por meio de carta a Netaniahu publicada em suas redes sociais, Ben-Gvir afirmou que a composição do gabinete até agora incluía apenas ministros que seguem a sabedoria conceitual aceita pelos militares, enquanto os demais são ignorados e boicotados. Está na hora de trazer ministros que “alertaram em tempo real contra a concepção e o ponto de vista que todos hoje aceitam estar errados”, afirmou ao exigir que seja adicionado ao gabinete de três homens.

Do outro lado da política israelense, Yair Lapid, líder da oposição no parlamento do “país”, saudou a decisão de Gantz e dos demais membros do PRI que saíram do governo. “A decisão de Benny Gantz e de Gadi Eisenkot de sair do governo é justificada e importante”, afirmou em pronunciamento.

“É hora de substituir este governo extremista e falido por um governo que irá restaurar a segurança do povo de Israel, trazer os reféns para casa, reconstruir a economia e restaurar a posição internacional de Israel”, disse.

O anúncio de Gantz estava previsto para o sábado (8), entretanto, foi adiado devido ao ataque israelense contra Gaza que, ao mesmo tempo que recuperou quatro prisioneiros feitos pelo Hamas, matou outros prisioneiros israelenses e assassinou mais de 270 palestinos em um dos maiores massacres desde o começo desta fase do conflito.

Este ataque foi amplamente comemorado pelo governo Netaniahu, que tentou usá-lo para diminuir a crise interna em “Israel”. Entretanto, a carnificina perpetrada pelo exército israelense no sábado desmoralizou o ataque, o que levou o New York Times a dizer que A euforia de Israel com o resgate de reféns pode ser passageira.

“Mas no domingo a euforia já dava lugar a uma realidade mais dura. O pesado ataque aéreo e terrestre que acompanhou o resgate matou dezenas de palestinianos, incluindo civis, segundo autoridades de saúde de Gaza, contrariando as afirmações de Israel de que a operação foi um sucesso retumbante, pelo menos a nível internacional. E a operação não conseguiu resolver nenhum dos profundos dilemas e desafios que incomodam o governo israelita, segundo analistas”, afirma o jornal, um dos principais representantes do imperialismo.

A saída de Benny Gantz, consequentemente, contribui para esse clima de desmoralização.

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