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Palestina

Diante de massacre em Nusseirat, crise em ‘Israel’ aumenta

Manifestações em 'Israel' aumentam com a saída de seu Ministro da Defesa em meio a invasão fracassada e morte de israelenses

Dezenas de milhares de palestinos buscaram refúgio após tanques israelenses avançarem sobre o centro da Faixa de Gaza na última sexta-feira, dia 29. Nas últimas 48 horas, mais de 280 pessoas morreram devido a bombardeios e ataques de artilharia. Aviões israelenses atacaram o sul da região, destruindo casas e soterrando famílias. Muitos que já tinham sido deslocados estão novamente fugindo.

Autoridades de saúde relataram 187 mortes nas últimas 24 horas, totalizando 21.507 mortos, aproximadamente 1% da população. Em Rafá, um ataque aéreo destruiu um prédio, causando cenas trágicas. Um vizinho, Sanad Abu Tabet, descreveu a retirada dos corpos de desabrigados. Abdel Nasser Awadallah relatou enterrar seus filhos e esposa.

Mesmo em fuga, a segurança não é garantida, com bombardeios matando palestinos no campo de refugiados de Al-Maghazi. “Israel” afirma que tenta evitar baixas civis, mas o alto número de mortos preocupa aliados como os EUA, que pedem redução da ofensiva. “Israel” continua suas operações para atingir o Hamas, que prometeu destruir Israel. Palestinos argumentam que erradicar o Hamas é impossível devido à sua estrutura e raízes locais.

Neste domingo (9), Benny Gantz, ministro do Gabinete de Guerra de “Israel”, anunciou sua saída do governo, acentuando a crise interna do país. Em seu discurso de renúncia, Gantz criticou duramente o primeiro-ministro Netaniahu por impedir avanços rumo a uma “verdadeira vitória”. Gantz destacou a necessidade de um plano concreto que contemple a volta dos prisioneiros, a substituição do Hamas em Gaza e a formação de uma aliança regional contra o Irã.

Líder do Partido da Resiliência de “Israel” (PRI) e membro da Unidade Nacional, Gantz integrou a base do Likud de Netanyahu desde 7 de outubro de 2023. Contudo, seu descontentamento com a falta de um plano de ação para Gaza, prometido até o dia 8 de junho, levou à sua renúncia. Outros dois membros do PRI, Gadi Eisenkot e Yehiel Moshe Tropper, seguiram Gantz, renunciando também aos seus cargos.

Gantz fez um apelo ao Ministro de Defesa, Joabe Galante, para que renunciasse e instou Netaniahu a convocar novas eleições. Ele afirmou que “Israel” precisa de um governo que conquiste a confiança do povo e enfrente os desafios atuais. Netaniahu, por outro lado, pediu para Gantz permanecer no governo, alegando a necessidade de uma “aliança nacional” devido à guerra existencial em múltiplas frentes.

Após o anúncio de Gantz, Itamar Ben-Gvir, ministro da Segurança Nacional, requisitou entrada no Gabinete de Guerra, criticando a atual composição por seguir uma “sabedoria conceitual” aceita pelos militares.

Yair Lapid, líder da oposição, saudou a decisão de Gantz e dos demais membros do PRI que deixaram o governo, chamando a ação de justificada e importante. Lapid defendeu a substituição do atual governo extremista por um que traga segurança, reconstrua a economia e restaure a posição internacional de “Israel”.

O anúncio de Gantz foi adiado devido a um ataque israelense contra Gaza, que resultou na recuperação de quatro prisioneiros, mas também na morte de outros prisioneiros israelenses e mais de 270 palestinos. O massacre, comemorado pelo governo Netaniahu, foi amplamente criticado e desmoralizou a ação.

A saída de Benny Gantz reflete e amplia o clima de desmoralização e crise no governo de Netaniahu, evidenciando as profundas divisões e desafios enfrentados por “Israel”.

No sábado à noite, colonos israelenses organizaram protestos massivos em Tel Aviv e várias outras cidades, exigindo novas eleições e o retorno de cativos mantidos pela Resistência Palestina em Gaza, informou o The Times of Israel. Os protestos ocorreram poucas horas após o anúncio militar de que quatro cativos foram recuperados durante uma operação no campo de refugiados de Nuseirat, em Gaza.

Embora os manifestantes tenham aclamado o anúncio, direcionaram sua raiva ao Primeiro-Ministro Benjamin Netaniahu e seu gabinete. Em Tel Aviv, a polícia relatou a prisão de 33 manifestantes e confirmou que todas as estradas próximas aos locais de protesto foram reabertas ao tráfego por volta da meia-noite.

Na principal manifestação antigovernamental em Tel Aviv, o ex-chefe de inteligência israelense, Amos Malka, descreveu a operação em Nuseirat como “um sucesso operacional incrível em um mar de falhas estratégicas”. Malka criticou Netaniahu por se apressar em encontrar e fotografar com os cativos recuperados, negligenciando as famílias daqueles que foram mortos em cativeiro nas semanas anteriores.

“Estamos perdendo tudo, as colheitas estão sendo queimadas, o turismo está colapsando, os pequenos negócios que ainda operam estão colapsando e, pior de tudo, nossas comunidades estão colapsando”, disse um colono de um assentamento no norte da Palestina ocupada, citado pelo The Times of Israel.

Segundo o site de notícias israelense, vários manifestantes pró-governo tentaram infiltrar-se na multidão, mas foram “rechaçados”.

Ao final da manifestação principal, os manifestantes se dispersaram para se juntar a um protesto próximo que apoiava um acordo de troca de prisioneiros. Em um comício fora da prefeitura de Herzlia, a líder do protesto antigovernamental, Nava Rozolio, agradeceu ao Chefe de Estado-Maior de Israel, Herzi Halevi, ao chefe do Shin Bet, Ronen Bar, e às forças de ocupação israelenses pela recuperação dos cativos.

O comandante da 143ª Divisão de Gaza no exército de ocupação israelense, Avi Rosenfeld, renunciou ao seu cargo após admitir seu fracasso contra a Resistência Palestina, oito meses após o início da Batalha da Inundação de Al-Aqsa.

Rosenfeld disse que “falhou na missão de sua vida, que era proteger o entorno de Gaza”, ressaltando que “todos devem assumir a responsabilidade” pelo fracasso israelense desde 7 de outubro.

Vale lembrar que combatentes da Resistência conseguiram invadir a base da Divisão de Gaza em 7 de outubro, durante a Operação Inundação de Al-Aqsa.

Vários relatórios e investigações mostraram que a Resistência Palestina possuía um conhecimento profundo sobre os locais israelenses no entorno de Gaza, enquanto o exército de ocupação israelense demonstrou um desempenho inferior e uma organização precária, em meio à ausência de um plano de combate, o que levou os soldados da ocupação a se comunicarem através de plataformas das redes sociais para identificar seus alvos.

As investigações também mostraram uma falha catastrófica na inteligência israelense e um fracasso severo da própria ocupação israelense, evidenciado no desempenho das forças de ocupação contra a Resistência Palestina em Gaza, bem como na morte de vários colonos no entorno de Gaza pelas mãos do exército israelense.

De acordo com uma investigação do exército de ocupação, percebeu-se que a localização do quartel-general de comando da Divisão de Gaza, diretamente na cerca da fronteira, prejudicou sua capacidade de comando e controle até ser completamente neutralizada durante o combate.

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