A Human Rights Watch, uma organização internacional com ampla ligação com o imperialismo, denuncia que o Estado israelense utilizou fósforo branco em seus ataques no sul do Líbano. Antes disso, diversas organizações locais já haviam feito a denúncia.
Desde que as forças sionistas lançaram sua campanha genocida contra Gaza, o Hesbolá e outras forças político-militares vêm respondendo aos ataques das forças de ocupação israelenses. De tal sorte que hoje, o norte de “Israel” está praticamente inabitado devido aos bombardeios do Hesbolá. Em resposta, o governo israelense começou uma campanha semelhante no Líbano, mas em menor escala.
Os bombardeios sionistas, que muitas vezes ocorrem em áreas civis. Chamou a atenção da comunidade internacional pela forma como as forças armadas israelenses decidiram aplicar seus armamentos que, de acordo com especialistas, ferem o direito internacional. Para ser mais preciso, munições incendiárias com fósforo branco, um elemento altamente letal, e “proibido” pela convenção de Genebra.
Segundo a Human Rights Watch, o uso generalizado de fósforo branco por “Israel” no sul do Líbano destaca a necessidade de uma lei internacional mais forte sobre armas incendiárias. O Protocolo III da Convenção sobre Armas Convencionais é o único instrumento legalmente vinculante dedicado especificamente às armas incendiárias. O Líbano é parte do Protocolo III, enquanto “Israel” não é.
O Protocolo III se aplica a armas que são “primariamente projetadas” para provocar incêndios ou queimaduras e, portanto, exclui certas munições multiúso com efeitos incendiários, especialmente as que contêm fósforo branco. Além disso, as normas para o uso em “concentrações de civis” de armas incendiárias lançadas do solo – como as usadas no Líbano – são descritas como “mais brandas” do que as armas incendiárias lançadas do ar, embora produzam os mesmos efeitos horríveis.
O fósforo branco pode ser usado como uma ferramenta militar para obscurecer, marcar ou sinalizar, ou como uma arma para dispersar as forças inimigas. As preocupações com seu uso em áreas povoadas são ampliadas devido à utilização indiscriminada do químico. O que vídeos gravados pela própria população revelam, são helicópteros israelenses espalhando munições de feltro em chamas impregnadas com fósforo branco em uma área entre 125 e 250 metros de diâmetro, dependendo da altitude e do ângulo da explosão, expondo a população e estrutura civil a possíveis danos incendiários.
O que alega o governo israelense, é que as munições de fósforo branco não são utilizadas como armas incendiárias, assim como no conflito do leste europeu onde tanto russos como ucranianos utilizam munições de fósforo branco, a alegação do Estado sionista é de que as munições são utilizadas para a demarcar os alvos. Como sempre é uma mentira. Na realidade, como demonstrou a Human Rights Watch, a munição que está sendo utilizada por “Israel” no Líbano, está atingindo a população civil do país. Até agora, nenhum caso de queimaduras relacionadas ao fósforo branco foi divulgado, no entanto, relatos de problemas respiratórios relacionados à fumaça do químico são comuns nas áreas atingidas.
A Human Rights Watch documentou o emprego, pelas forças de ocupação israelenses, de artilharia com munições de fósforo branco no sul do Líbano e em Gaza, já em outubro de 2023, além do emprego das mesmas munições em conflitos anteriores em Gaza, inclusive em 2009.
A Anistia Internacional relatou um ataque ocorrido em 16 de outubro na aldeia libanesa de Dhayra (na fronteira com “Israel”) usando munições de fósforo branco, foi um “ataque indiscriminado que feriu pelo menos nove civis e danificou a propriedade da população local”. O ataque incluiu o uso de munições de fósforo branco fornecidas pelos EUA, segundo o Washington Post, que realizou sua própria investigação.
Os protestos nacionais e internacionais contra o uso de fósforo branco por parte das forças de ocupação israelenses não são recentes. Ainda em 2013, a Suprema Corte de Justiça israelense apreciou um caso onde estava em jogo a possibilidade das forças armadas utilizarem, ou não, o fósforo branco. A decisão do tribunal não levou a nenhuma mudança oficial na política militar do Estado sionista.
Os ataques com foguetes e mísseis e os confrontos armados entre os militares israelenses e vários grupos armados libaneses, inclusive o Hesbolá, continuam desde 8 de outubro, um dia depois que a ação liderado pelo Hamas por organizações de resistência palestina no sul de “Israel”. Entre 7 de outubro e 29 de maio, pelo menos 36.171 palestinos foram assassinados em meio a bombardeios pesados e operações militares em Gaza pelas forças israelenses, demonstrando o real objetivo do Estado sionista em seu extermínio de civis palestinos.
Outro ponto que reverbera no conflito entre as forças presentes no Líbano e as forças de ocupação israelenses, é a questão fronteiriça entre ambos os países, tendo em vista que o Estado sionista israelense chegou a ocupar, até maio de 2000, uma enorme parcela do território libanês.