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Movimento sindical

Trabalhadores da Eletrobrás aprovam greve por tempo indeterminado

Categoria rejeitou proposta feita pela companhia, privatizada em 2022 por Bolsonaro, que previa uma série de ataques aos seus direitos

Na última terça-feira (4), por meio de assembleias feitas em todas as bases no País, os trabalhadores de Furnas Rio e da Eletrobrás declararam estado de greve ao rejeitar o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) feito pela empresa. Segundo o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), “ainda tem assembleias em bases menores hoje [terça-feira], mas tivemos mais de 90% deliberados”.

Marcada para começar na próxima segunda-feira (10), a greve tem duração indeterminada, e a categoria também decidiu tentar abrir uma mesa de mediação no Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia do Rio de Janeiro, a proposta mais recente “retira uma série de benefícios históricos, divide a categoria, abre espaço para muitas demissões, além de trazer diversas incertezas e possíveis ilegalidades”.

Por meio de boletim oficial, o sindicato também destacou a contradição criada pelo fato de que, enquanto a Eletrobrás registra lucros bilionários, entregando quantias absurdas aos acionistas por meio dos dividendos, seus direitos estão sendo cortados. A entidade sindical ainda denuncia que gerentes da elétrica brasileira, privatizada no governo Bolsonaro, pressionaram os trabalhadores para que a proposta da companhia fosse aceita.

Ainda tentando pressionar os trabalhadores a aceitarem o acordo, a Eletrobrás afirmou que as bases que aceitassem a proposta receberiam um “abono salarial” — ou seja, está tentando subornar a categoria para que aceite o Acordo Coletivo. Segundo o CNE, o abono seria de R$9 mil até sexta-feira (7). Entretanto, a entidade nacional denuncia que as perdas com o novo ACT, no biênio de 2024/2026 pelo qual é válido, seriam de R$51.000,00 em média para cada trabalhador.

A greve em questão segue recomendação feita pelo Coletivo Nacional dos Eletricitários, entidade que agrupa 34 sindicatos, sete federações e uma confederação. Antes de declarar a paralisação, a categoria já mostrava que iria rejeita o ACT.

“Os sindicatos entendem que a proposta ainda é muito ruim, pois retira uma série de benefícios históricos, divide a categoria, abre espaço para muitas demissões, além de trazer diversas incertezas e possíveis ilegalidades […] E tudo isso considerando no ano em que a Eletrobras deu lucro de R$4,4 bilhões, distribuiu R$1,3 bilhões de dividendos e paga remunerações milionárias (R$83 mi) aos seus administradores. No mínimo uma grande contradição”, disse a categoria por meio de nota. 

As negociações entre a categoria e a Eletrobrás já duram mais de dois meses. Em 24 de maio, a empresa brasileira apresentou sua proposta final. Inicialmente, o acordo previa uma redução no salário daqueles que ganhavam abaixo de R$16.000 em 12,5%.

Na última versão, entretanto, a redação explícita deste ponto foi alterada para escondê-lo. O corte àqueles que ganham acima de R$16.000 estão mantidos, mas por meio de negociações individuais. Em outras palavras, os trabalhadores serão coagidos a aceitar, de maneira “voluntária”, uma redução em seus salários.

A proposta da empresa também faria com que aqueles que recebem mais de R$6.000 ficassem sem reajuste por dois anos. Os demais, que recebem abaixo desse valor, receberiam a correção da inflação do período.

Desde que a Eletrobrás foi privatizada, no final de 2022, os trabalhadores sofreram duros ataques. Segundo o CNE, a empresa diminuiu em cerca de 12,6% seu quadro de funcionários, ou seja, demitiu 4.066 trabalhadores. Estas demissões foram feitas por meio de um “plano de desligamento voluntário incentivado”.

Além disso, o coletivo informa que, nesse período, houve um corte de 11% em despesas com funcionários, com redução de 33% na folha de pagamento dos trabalhadores. Ao mesmo tempo, conforme denuncia o CNE, os valores pagos a administradores subiu 37%.

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