O Brasil vivenciou, até o final do ano de 2022, um dos maiores retrocessos econômicos de sua história. Essa situação foi provocada pela agenda política e econômica do golpe de 2016, que sacrificou diversos setores da economia nacional para privilegiar o sistema financeiro nacional e internacional.
Essa foi uma escolha política de uma grande fração da burguesia nacional e todo o conjunto do imperialismo, que apostam na manutenção do atraso histórico que vivencia o país para, a partir dessa circunstância, obter seus lucros.
Isso se refletiu na política habitacional, que com a sua destruição promovida por Temer (MDB) e Bolsonaro (PL) ocasionou na elevação nos preços dos apartamentos em 54,4% nos últimos cinco anos, de acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção.
Tal situação teve como um dos grandes fatores a falta de estoque de apartamentos, além da inflação nos insumos para produção habitacional. Isso só pode acontecer por causa do fim das políticas públicas voltadas para combater o déficit habitacional e uma política artificial de controle inflacionário de elevação desenfreada e injustificada da taxa básica de juros.
Pode-se até discutir se as políticas públicas de moradia foram e se atualmente são as mais adequadas para fazer atacar o problema na raiz. Mas fato é que sem elas (subsídios, financiamento e um verdadeiro programa habitacional) o déficit cresceu e adquirir moradias tornou-se um desafio quase impossível, não à toa que Bolsonaro reduziu os investimentos em 98%.
A retomada do Programa Minha Casa Minha Vida, do Programa de Aceleração do Crescimento, do Ministério das Cidades e do Conselho das Cidades, bem como a meta estabelecida pelo presidente Lula de produzir dois milhões de novas unidades habitacionais, são medidas importantes para combater a elevação dos preços dos imóveis e o déficit habitacional.
Mas se não tivermos uma verdadeira política nacional de desenvolvimento urbano e a questão da moradia se tornar uma política de Estado, o país estará à mercê de vivenciar retrocessos piores do que os que tivemos nos anos de golpe de 2016.