Nesta quarta-feira, dia 29, foi publicado nas redes sociais denúncias de agressão a moradores do Dique do Sarandi que foram que tiveram suas casas demolidas e a desabrigados alojados no Centro Estadual de Treinamento Esportivo (Cete).
Tortura no Cete
Segundo depoimento de abrigados coletados pela A Nova Democracia (AND), na noite do dia 28 para o dia 29, a BM foi solicitada no Cete, no bairro Menino Deus, em razão de um furto de celular. O objeto tinha sido recuperado e o autor identificado, os abrigados chamaram a polícia para tratar o delito.
Entretanto, a BM adentrou no abrigo utilizando agredindo a todos os presentes sem distinção. Além de cassetes, foi utilizado indiscriminadamente balas de borracha e esprei de pimenta.
Crianças, idosos e feridos, foram agredidos e privados de atendimento médico quase que ininterruptamente. A tortura física e psicológica continuou, a certa altura da noite, após os protestos, a BM solicitou que as crianças fossem retiradas do edifício para continuar as agressões.
A coordenação do abrigo foi denunciada como conivente a prática de agressões da BM, sendo responsável por outros episódios. Essa coordenação com a BM também foi responsável pela expulsão do correspondente da AND e de ex-abrigados, que agora ficaram nas ruas.
Depoimentos dos abrigados no Cete
Um morador denunciou: “a polícia começou, não respeitou as crianças, jogou de pimenta foi a maior loucura, ontem… não respeitando as crianças, os bebês de colo quase matar as crianças pisoteada, aí ó passando por cima foi um horror, ontem foi uma noite de horror”.
Outro relatou: “desespero nós estamos correndo paro portão para pedir socorro para eles abrir, porque eles estavam aqui no corredor, dando de cassetete em todo mundo. E nisso que eu fui correr com a minha filha ele pegou e acertou um soco na cara de uma e um soco no braço da outra, que eu deixei para trás”.
“Bateram nela, agrediram elas na hora que eu pedi socorro para sair correndo com elas, sem fazer nada de errado, sem ofender eles, sem fazer nada de errado estamos. Nos estamos oprimidas aqui nesse lugar. Não é legal porque as crianças agora vão ficar bem traumatizado com a polícia, elas já não gostavam muito porque nos moramos numa comunidade onde rola trafico, e daí ela já tem medo e agora depois de ter acontecido isso, não sei o que vai ser estava aqui dentro”, complementa.
Uma terceira testemunha denuncia: “a Brigada Militar entrou batendo em todo mundo aqui, a minha guriazinha tem 10 meses de idade e jogaram esprei de pimenta com ela no colo. Fui na delegacia registrar o delegado disse pra mim que podia fazer isso que a brigada pode jogar esprei de pimenta e criança, criança com 10 meses, a criança com 4 anos tomando soco na cara.”
E continua: “essa coordenadora aqui sempre fez isso, não é a primeira dela, ela chega com a brigada aqui, ela não anda sozinha, ela anda com dois, três policiais na volta, e ninguém faz nada. Isso aí tá um absurdo, isso daí não pode acontecer, isso daí, a brigada entra aqui, faz o que quer com a gente, a gente é lixo”.
Dique do Sarandi
Ação similar ocorreu na manhã do dia 29, no dique do bairro Sarandi, esse é um dos bairros mais atingidos de Porto Alegre. Há 27 dias parte do bairro seguem submersas após o rompimento do dique.
Para concerto dos pontos de rompimento do dique, a prefeitura iniciou a demolição de 37 casas. Entretanto, até o início da demolição a prefeitura não havia declarado as condições de auxílio as famílias despejadas.
Em razão dessa negligencia, as 37 famílias a serem despesas e mais 5 que tiveram seus imoveis levados no momento de rompimento do dique se manifestaram em buscar de garantias de atendimentos das suas necessidades.
A política e Sebastião Melo (MDB) pouco diverge da política de Eduardo Leite (PSDB), inclusive no tratamento dispensando as vítimas das inundações, a BM foi acionada ao local. Novamente a parcela da população mais afetada pela falta de infraestrutura pública foi tratada com cassetetes, balas de borracha e esprei de pimenta pela BM.
Após a repercussão, a prefeitura reconheceu o direito das 37 famílias a serem despejadas, prometendo um crédito de R$ 127 mil por família. Entretanto, a prefeitura ainda não se manifestou acerca das 5 famílias que tiveram suas residências levada pelas águas no mesmo local.
https://x.com/laurasito/status/1795859150339011061
BM, Leite e Melo, juntos contra a população
Se não bastasse a situação calamitosa, fruto da política neoliberal, a que população de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, foi exposta. A BM, braço armado do Estado burgues no Rio Grande do Sul, oprime a população sem pudor, mesmo na crise humanitária decorrente da política de Leite e Melo.
Essa opressão, com aspectos de tortura no Cete, é um acontecimento gravíssimo, denunciando a abominação por parte do governador Leite e do prefeito Melo, com os desabrigados, vítimas de sua política. Embora o descaso desses gestores com as condições de vida depopulação não seja uma novidade, foi exatamente a priorização política desses gestores que acarretou o grado atual, tamanha violência empregada em tal momento de fragilidade é o retrato máximo do que é o neoliberalismo.