Na última quinta-feira, dia 23, os companheiros Caio Túlio e Tiago Pires discutiram no “Tição, Programa de Preto”, o programa do Coletivo de Negros João Cândido na Causa Operária TV, sobre o aniversário de 99 anos de nascimento do militante símbolo do movimento negro norte-americano Malcolm X, sobre a lei agora aprovada no Senado que em breve irá ser discutida na Câmara sobre aumento cotas raciais em cargos públicos e seus problemas, sobre a morte do presidente iraniano e o absurdo coro que a esquerda fez com o imperialismo nos ataques ao regime do Irã e sobre a tentativa de golpe que ocorreu na República Democrática do Congo e até que ponto houve intervenção do imperialismo nesta movimentação.
A luta de Malcolm X
A vida da Malcolm ajuda a expor claramente os erros do movimento negro de via identitária que se costuma ver pelo ativismo negro no Brasil. X sofreu a opressão que a sociedade americana fazia sobre seu povo (negro, que, nos EUA, devido o tabu contra a mestiçagem e o segregacionismo histórico, diferente do que ocorre no Brasil, se demonstra realmente um povo completamente a parte das outras populações dos Estados Unidos), e, alienado de uma perspectiva realmente revolucionária e que enxergasse de forma mais precisa a conjuntura do mundo e quais são os reais problemas e como resolvê-los. Ele aderiu a um identitarismo radical, tão segregacionista quanto a sociedade em que vivia, que demonizava a figura do branco enquanto problema principal, não reconhecendo os verdadeiros causadores dos problemas e vendo como solução apenas uma ultra-afirmação negra reativa, simulando toda a sociedade que vivia, com todas as contradições advindas de outras questões, como do capitalismo, apenas trocando substituindo qualquer outra raça que estaria presente por negros. Com a maturação da sua luta e acesso à esquerda mundial foi abandonado e completamente rejeitado para uma cada vez maior aproximação com a teoria revolucionária socialista como a verdadeira resposta para o fim a opressão do povo afro-americano e a rejeição total da efetividade de simples afirmação de identidade por si como algo realmente eficiente, uma aproximação que infelizmente não pode se desenvolver totalmente devido seu assassinato precoce.
A esquerda pelo imperialismo contra o Irã
Em um estranho acidente aéreo o então presidente do Irã Ebrahim Raisi acabou falecendo, o que inacreditavelmente acabou em comemorações da esquerda a sua morte, que se apresenta como hostil ao governo iraniano por ser “teocrático” e “fundamentalista” quando na realidade apenas são islâmicos simplesmente. Apesar de a esquerda brasileira, completamente dominada pelo ideologia woke tenta mostrar como algo opressor aquele povo. Na verdade isto é simplesmente a representação real da vontade dos iranianos que de fato são muçulmanos praticantes que não se alinham a mentalidade do progressismo “woke” que a esquerda brasileira cada vez mais identitária bota como prioridade para além de qualquer luta anti-imperialista (e acima até mesmo de qualquer luta anti-capitalista). Essas alas esquerdistas apoiando uma intervenção imperialista no Irã para “trazer a democracia”.
Tentativa de golpe na República Democrática do Congo (RDC)
Neste mês ocorreu uma estranhamente patética tentativa frustrada de golpe na RDC liderado por um ex-militar congolês até então asilado nos EUA que liderava pelos Estados Unidos um partido sem muito sucesso de oposição no Congo. Com financiamento não muito bem esclarecido, que acabou com a detenção vários mercenários, entre eles muitos cidadãos norte-americanos que foram pegos até mesmo com seus passaportes, o que são claros indícios que a tentativa de golpe foi obra do imperialismo, provavelmente com envolvimento da CIA. Há um grande embate ocorrendo no continente africano nos últimos anos de países se revoltando contra o imperialismo e este perdendo cada vez mais força, o que possivelmente motivou o que ocorreu na RDC, apesar de ainda não estar muito claro e termos que ainda esperar o que irá se desenrolar.
Assis o programa na íntegra: