De acordo com o jornal sionista Haaretz, as forças de ocupação sionistas estão publicando fotos que supostamente mostrariam palestinos sob ordens do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) “espionando” os habitantes da Faixa de Gaza. A reportagem ainda diz que o exército israelense teria recebido “permissão legal” de seu governo para divulgar as imagens, com o objetivo de “despertar o público em Gaza e mostrar-lhes que o Hamas os está seguindo, e destacar o que está lhes infligindo”, segundo teria dito uma fonte militar sionista. A mesma fonte afirma ainda que o serviço de segurança Shin Bet estaria envolvido na divulgação de tais imagens.
O exército israelense começou a distribuir panfletos com fotos e números de identidade de 130 supostos agentes do Hamas no dia 17 de maio.
“Esses homens foram recrutados pelo aparato de Segurança Geral do Hamas para espionar os residentes de Gaza”, disse a tal fonte, segundo a qual os supostos recrutas forneceram ao Hamas informações pessoais sobre “pessoas comuns” em Gaza, incluindo detalhes sobre suas “questões sexuais” e relações extraconjugais.
No panfleto sionista, consta o cínico chamado: “ligue para nós se você não quiser que sua foto apareça aqui”, como se os sionistas realmente estivessem preocupados com a privacidade de alguém. “Centenas de milhares de relatórios sobre vocês, o povo de Gaza, foram coletados. Você quer saber se foi espionado e relatado? Acesse o sítio, insira seu número de identidade e descubra quem relatou você“, diz a entidade sionista, como se não fossem as agências sionistas que tivessem se infiltrado no aparato de praticamente todos os Estados do mundo, a exemplo do próprio Estado brasileiro, que vem perseguindo seus próprios cidadãos a mando do sionismo.
O sítio ao qual o panfleto se refere lista nomes de pessoas que pertenceriam a outros grupos, como a Jiade Islâmica. Há ainda dezenas de fotos de pessoas descritas como “colaboradores” ou “informantes”. Algumas delas incluem crianças com menos de 10 anos.
O objetivo é claro: trata-se de uma provocação dos sionistas contra as pessoas diretamente envolvidas na resistência palestina. Uma tentativa de jogar a população palestina contra aqueles que estão no campo de batalha contra os sionistas. Como se a luta da resistência não fosse justamente contra uma força de ocupação brutal que, entre muitos outros crimes, como torturas, estupros e assassinatos, não espionasse e violasse todos os direitos democráticos do povo palestino.
De acordo com o portal The Cradle, um homem citado no relatório esclareceu que as alegações do exército israelense são falsas e que, como “Israel” controla o registro populacional palestino tanto em Gaza, quanto na Cisjordânia ocupada, possui os nomes e números de identidade de todos os cidadãos.
“Depois que as tentativas do exército de fazer os habitantes de Gaza colaborar com os invasores falharam, essa nova medida pretende provocar conflitos internos entre o público em geral e dentro das famílias.”
“Israel” é conhecido há muito tempo por usar informações pessoais para extorquir e chantagear palestinos, especialmente na Cisjordânia ocupada. A nova tentativa em Gaza, no entanto, não fará efeito, uma vez que está em marcha uma verdadeira revolução de todo o povo palestino contra o sionismo e o imperialismo. O Hamas não consiste em um grupo separado da sociedade palestina: ele é a expressão do sentimento generalizado de revolta contra os invasores.