A batalha da Espada de Al-Quds começou em 9 de maio de 2021, quando as Brigadas Izzidin al-Qassam, o braço armado do Hamas, realizaram uma operação contra o regime israelense por conta da agressão sionista aos palestinos no bairro de Sheikh Jarrah, em al-Quds (Jerusalém). Os grupos de resistência em Gaza, principalmente o Hamas e a Jiade Islâmica, dispararam mais de 4.000 foguetes contra os territórios ocupados por “Israel” durante a guerra de 11 dias.
Um dos motivos para os palestinos atacarem “Israel” desta vez foram as várias incursões feitas pelos militares e colonos israelenses na mesquita de al-Aqsa no último Ramadã. Naquele ano, o porta-voz das brigadas al-Qassam, Abu Obeida, deu às forças de ocupação israelenses um prazo de até às 18h para se retirarem da mesquita e impedirem uma guerra. No prazo final, uma barragem de foguetes foi disparada de Gaza contra os assentamentos israelenses ao redor de Jerusalém. Foi então que “Israel” anunciou oficialmente que iria entrar em guerra com Gaza.
Os palestinos acreditam que a Batalha da Espada de al-Quds uniu as suas fileiras. Durante a guerra de 11 dias, todas as organizações palestinas, armadas ou não, na Faixa de Gaza trabalharam em conjunto através da Câmara Conjunta de Operações Militares. No entanto, durante a batalha, os ataques covardes dos israelenses custaram a vida de mais de 260 palestinos, incluindo dezenas de crianças e mulheres.
Os sionistas foram obrigados a deixar o campo de batalha. A resistência palestina recebeu garantias do governo sionista de que iriam parar os bombardeios e não invadir Jarrá. Uma matéria publicada pela Fronteira Latina um dia após o ataque palestino dá conta de que: “a intensidade e o alcance dos lançamentos surpreenderam os israelenses. Só nas primeiras horas do conflito, a Resistência lançou 470 foguetes contra alvos israelenses. Enquanto em 2012 e 2014, os palestinos dispararam 312 e 192 foguetes, respectivamente, no primeiro dia das guerras”.
Ainda segundo o Fronteira Latina, os mísseis do Hamas adentraram locais nunca antes atingidos, atravessando o Domo de Ferro. Pela primeira vez, as cidades de Telavive, Asqalan, Al-Lad, Dimona e Al-Naqab e outros colonatos foram alvo de ataques da Resistência. O chamado sistema “Cúpula de Ferro” não foi capaz de interceptar a maioria dos mísseis lançados contra alvos israelenses, onde destruíram instalações importantes, como fábricas de produtos químicos e gasodutos.
De acordo com a emissora libanesa Al Mayadeen, a resistência chegou a alertar os colonos em Telavive para que saíssem de seus abrigos por conta de um cessar-fogo temporário. “O Hamas até ditou aos israelenses em ‘Telavive’ quando poderiam sair dos seus abrigos antiaéreos, dizendo-lhes que parariam os seus ataques com foguetes durante 2 horas numa determinada noite. A visão dos israelenses a ouvirem as diretrizes que lhes foram impostas pelo Hamas e pelas outras organizações armadas, fez com que os sistemas de defesa aérea e a estratégia militar de ‘Israel’ parecerem fracos, provando que as forças sionistas eram inúteis na defesa da sua própria população”, afirma a emissora.
A Batalha da Espada de Al-Quds foi algo muito parecido com a Operação Dilúvio de Al-Aqsa. A vitória da batalha pelos palestinos deu ânimo às tropas. “Israel”, que parecia ser invencível, foi obrigado a aceitar um cessar-fogo e recuar diante da resistência armada palestina.
Segundo a Al Mayadeen, um ano após a batalha, as organizações da Resistência afirmaram que a batalha mudou a equação e estabeleceu novas regras de combate, bomba por bomba e sangue por sangue. “A ocupação deve saber que a nossa resposta a qualquer tolice que cometa contra qualquer um dos líderes será catastrófica, e as suas repercussões irão além das fronteiras da Palestina“, afirmou a Resistência, assegurando ao povo palestino que permanecerá pronta para responder a qualquer agressão.