As entrevistas recentes do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, dão conta do quão mal-intencionado e, ao mesmo tempo, desnorteado é o neoliberalismo nos dias atuais. O mauricinho de Pelotas deu entrevistas aqui e acolá, vestindo seu colete laranja da Defesa Civil, mas não fez mais que culpar o tempo, dizer que não tinha dinheiro, que a entrega atrasou ou o que quer que fosse.
A pachorra aumentou quando, em entrevista dada ontem ao programa Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, o governador disse que alguns dispositivos para a prevenção das chuvas estava com a entrega atrasada, por parte da República Tcheca. Fica ao cidadão a sensação de que se trata de algum trânsito muito louco, daqueles que a gente acompanha quando faz compras na Shopee.
Ao mesmo tempo, a TV acompanha esse périplo enlouquecido de Leite, tentando explicar o inexplicável, com absoluta complacência, dando voz ao sofrimento de um vitimizado governador, respondendo-lhe com alguns questionamentos e muita solidariedade. Um espetáculo cada vez mais esdrúxulo, ainda mais quando a ele se somam os ataques ao Governo Federal por fazer o que se deve fazer.
A nomeação de Paulo Pimenta como Ministro da Reconstrução do Rio Grande do Sul, o que, na prática, é a intervenção federal de Lula sobre o governo de Leite, foi vigorosamente atacada pela imprensa liberal. Disseram que era política, como se ela própria, imprensa liberal, não o fosse e não impusesse seus interesses a todos os políticos, entre eles o Governo federal. Dessa vez, porém, não há plano. É desorientação.