A imprensa israelense, incluindo a Civil Press, publicou que o Hamas alcançou uma vitória significativa sobre ‘Israel’ nos confrontos recentes, informou o Al Mayadeen. Segundo os órgãos sionistas, o Hamas, o movimento de resistência emergiu triunfante em Gaza, tanto no campo militar quanto político, o que o fez ganhar apoio significativo na opinião pública global
Esse apoio é fácil de ser verificado pela adesão maciça de estudantes pelo mundo protestando contra o genocídio, bem como na extrema violência repressiva que os países ‘civilizados’ e ‘democráticos’ aplicam contra os manifestantes.
Os meios de comunicação em atestam que após sete meses de guerra intensa em Gaza, e ao longo da fronteira norte com o Líbano, afirmam que o Hamas demonstrou sua superioridade.
O Hamas aceitou um acordo de paz, colocando em xeque o governo Netaniahu, que resolveu ignorar a proposta e intensificar seus ataques, o que resultou em pesadas perdas de soldados. A imprensa destaca reféns voltando em reféns, o que tem faz com que a população pressione e culpe o governo, que deixa claro que não se importa nem com a vida dos próprios israelenses.
Outro fator de crise foi a retirada de tropas de setores anteriormente ocupados, o que significa uma retirada e perda de controle.
Segundo a Al Mayadeen, ex-comandantes afirmam que “o exército está se debatendo em Gaza, e é claro que os objetivos declarados não serão alcançados”. O major-general da reserva isralense, Isaque Brik, afirmou que a guerra atual é de atrito e que “levará ao colapso do exército e da economia em ‘Israel’”. O major alertou para a falta de soldados para substituir as tropas que estão no terreno, e há uma falta de trabalhadores devido ao isolamento internacional enfrentado por “Israel”.
Na quinta-feira (16), Amit Levy, membro do parlamento sionista, afirmou que “todas as brigadas do Hamas estão presentes em Gaza e nenhuma delas foi destruída”. Como se não bastasse, afirmou que mentiram sobre a Jiade Islâmica, pois não foi eliminada e ainda está presente.
O exército sionista se envolveu em combates no norte de Gaza, uma área que supostamente tinha sido ‘limpa’, tendo ali soldados mortos e feridos.
No portal da MintPress, o analista Greg Stoker – ex-operações especiais dos EUA – disse que também o ataque a Rafá está fadada ao fracasso. Stoker afirmou que as forças sionistas estão lidando com uma grave escassez de munições; e não somente de bombas aéreas, mas até mesmo à artilharia.
Para Stoker, a operação não passa de uma ineficaz “acrobacia de relações públicas performáticas”, e que a tese de que “atacar Rafá é necessária para derrotar o Hamas provou ser ridícula, pois a resistência se mostrou resiliente”. Stoker afirma que a operação é insustentável dado ao crescente número de vítimas e diminuição dos recursos. E mesmo que declarem “possíveis vitórias”, o exército sionista carece de objetivos alcançáveis, uma estratégia de saída e enfrenta a diminuição do capital político.
Consequências das vitórias da resistência
Diante dessa situação catastrófica para os sionistas, a situação do governo se agrava, ao ponto de a imprensa israelense afirmar que a dissolução do gabinete parece mais próxima do que nunca. E que as relações entre seus membros deterioram significativamente no período recente.
Os ministros Itamar Ben-Gvir e Gadi Eisenkot brigam no gabinete, Gvir criticou Eisenkot, dizendo que sua política, ou ineficiência, é que está por trás do 7 de otubro.
Aprofundando a crise, o ministro da Guerra, Benny Gantz, deu um ultimato em seu discurso neste 18 de maio, ameaçando abandonar a coalizão governista se Netaniahu não apresentar um plano claro de como Gaza será governada se o Hamas for derrotado.
Gantz culpa o primeiro-ministro por sua gestão da guerra, e que Rafá deveria ter sido invadida meses atrás, desafiando os avisos internacionais de que a invasão mataria e deslocaria um grande número de civis em Gaza já à beira da morte. O ministro atacou ainda Netaniahu e os ministros de extrema direita da coalizão por “agirem covardemente, de maneira irresponsável e pensando apenas em si mesmos”.
Benny Gantz declarou que se Netaniahu não implementar um plano claro para vencer a guerra até 8 de junho, abandonará a coalizão governista. O primeiro-ministro reagiu e acusou Gantz de emitir um ultimato a ele em vez de emitir ao Hamas. Ben Gvir, por sua vez, disse que Gantz é um pequeno líder com olhos grandes, e que desde que se juntou ao governo está mais empenhado em desmantelá-lo.
Conforme a guerra se estende, as brechas no governo sionista vão se aprofundando. Netaniahu está sendo pressionado pelo lance de mestre do Hamas, que disse aceitar um acordo de paz; e também por um gabinete em completa decomposição que pede o aumento das atividades militares, que têm aumentado o número de baixas e colocado a opinião pública em franca oposição ao governo.