O portal de notícias independente, MintPress, escreveu uma longa matéria denunciando, o think-tank The New Lines Magazine. O jornalista investigativo Alan MacLeod procura demonstrar por meio dos funcionários do portal de notícias que se afirma como “imprensa independente”, o quão subordinada está aos interesses graúdos do imperialismo norte-americano.
Surgimento do think-thank The New Lines Magazine
The New Lines é uma revista recente, criada em 2020 a fim de “moldar a política externa dos EUA” com base no “aprofundamento da geopolítica regional”. A iniciativa começou com o New Lines Institute e, com pouco tempo, já se gaba por ter cerca de 50 funcionários e mais de 150 colaboradores. A sede fica na prestigiada avenida Massachusetts, Nova Iorque (onde ficam alguns dos imóveis mais caros do mundo). Os responsáveis pela revista afirma que o TNLM (The New Lines Magazine) “é um dos poucos think tanks em Washington sem agendas estrangeiras”, no entanto, seu alto-escalão está repleto de figurões que representam o chamado “estado profundo” norte-americano, sendo o principal, o fundador, Ahmed Alwani, que serviu no conselho consultivo do Comando da África do exército dos EUA e influenciou as posições de Washington no Oriente Médio. Sua biografia na New Lines afirma que ele “se encontrou com os generais comandantes de Fort Jackson, Fort Hood, Fort Bragg, Estação Naval Norfolk e Base Conjunta Andrews, bem como com o então Secretário de Defesa Donald Rumsfeld e sua equipe inúmeras vezes durante a Guerra do Iraque para consultar sobre a política dos EUA”, ou seja, um funcionário do imperialismo mundial.
Outro diretor sênior, Nicholas Heras, foi central para as ações dos EUA no Iraque e na Síria. Entre 2013 e 2014, Heras foi associado de pesquisa na National Defense University (uma instituição financiada e supervisionada pelo Pentágono). Enquanto estava lá, ele trabalhou com líderes militares no Comando Central dos EUA, Comando de Operações Especiais e na comunidade de inteligência dos EUA, informando-os sobre questões relacionadas aos dois países.
Outros membros-chave da equipe do New Lines com passados semelhantes incluem Tashi Chogyal, que serviu na administração Obama no Departamento de Justiça e como assistente especial do administrador da USAID; Kamran Bokhari, anteriormente coordenador do curso de estudos da Ásia Central no Instituto de Serviço Exterior do Departamento de Estado; Tanya Domi, uma veterana do Exército dos EUA que também serviu no Departamento de Estado como porta-voz e conselheira para vários embaixadores americanos na Bósnia e Herzegovina; Tammy Palacios, atualmente empregada pela Academia Militar dos Estados Unidos como pesquisadora de contraterrorismo e Michael Weiss, um pesquisador sênior não residente no Atlantic Council da OTAN.
Jornalismo independente, ou projeto do imperialismo para atacar os jornalistas independentes?
Na Wikipédia, jornais como MintPress, The Grayzone são apresentados como serviços de desinformação, “sítio de notícias de extrema-esquerda”, que “publica desinformação e teorias da conspiração antissemitas” e outras calúnias. Já a revista TNLM, segundo Alan MacLeod é financiada pelo Washington Institute for Education and Research, uma organização sem fins lucrativas vinculada ao governo dos Estados Unidos e, não raro, seus relatórios são utilizados como referência para os veículos de informação do imperialismo; The New York Times, Washington Post e CNN.
A revista se dedica a denunciar constantemente a atacar os verdadeiros veículos independentes. Um artigo de 2022, intitulado “Como o Oeste Pró-Putin Está Lidando Com a Derrota da Rússia na Ucrânia” apresentou jornalistas como Max Blumenthal e Michael Tracey, bem como o renomado acadêmico Professor Noam Chomsky como admiradores do Crêmlim, e afirmou que a “contra-ofensiva relâmpago” da Ucrânia e os “avanços territoriais rápidos” deixaram a Rússia derrotada – o que espanta quem vê a análise “acertada” dos especialistas da TNLM. Outros órgãos que são comumente atacados, são: Consortium News, Project Censored, Free Speech TV, Media Roots, Shadow Proof, The Grayzone, Truthout, Common Dreams e Antiwar.com.