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Guerra em Gaza

A resistência palestina está mais forte do que nunca

Abu Obaida, porta-voz das brigadas do Hamas, afirmou: “somos Gaza com seu céu, ar, mar e areia, lembrando você o tempo todo que Gaza é um cemitério para invasores”

“32 semanas se passaram desde o glorioso 7 de outubro. O grande e abençoado povo de Gaza, seus combatentes e sua poderosa resistência estão engajados em uma guerra assimétrica e em uma defesa lendária contra a barbárie sionista em suas formas mais feias. Eles não enfraqueceram em seu caminho para a causa de Alá, nem vacilaram ou se renderam, e Alá ama os pacientes”

Assim começou o discurso de Abu Obaida, porta-voz das Brigadas al-Qassam, o braço armado do Hamas, na sexta-feira (17). Ele falou em meio a nova etapa da guerra que se abriu na Faixa de Gaza com a invasão de Rafá pelo exército israelense em 6 de maio. O Hamas e demais organizações da resistência tomaram o controle de toda a Faixa pouco após a retirada do exército, que ficou ocupando um pequeno território. Assim, apesar de Rafá ser no sul, os grandes confrontos militares estão acontecendo no norte mais uma vez, e a derrota militar de ‘Israel’ está sendo ainda maior.

Abu Obaida continua: “o exército inimigo se vangloria de seus crimes como conquistas militares. O terror, a criminalidade e a destruição sistemática são as estratégias fixas do inimigo em Gaza, visando quebrar a vontade do nosso povo e deter sua resistência de se defender e confrontar, mas estão longe de alcançar isso”. Esse ponto é crucial. A resistência impõe vitórias militares desde o dia 7 de outubro, o exército de “Israel” se desmoraliza cada vez mais.

O porta-voz do exército revolucionário então faz a sua análise militar: “aqui está o exército inimigo, em uma contínua série de confusão e fracasso, decidindo, há cerca de 10 dias, iniciar um novo assalto terrestre em Rafá, no bairro al-Zaitoun ao sul da Cidade de Gaza, e em Jabalia ao norte da Faixa, pensando que estes se tornaram alvos fáceis. Eles se iludiram achando que após mais de sete meses queimando tudo o que é verde e seco, não enfrentariam resistência, apenas para entrar no inferno novamente e enfrentar uma resistência igual ou até mais forte do que encontraram no primeiro dia da agressão terrestre

“Nos últimos 10 dias, os combatentes conseguiram atingir 100 veículos militares sionistas variados, incluindo tanques, transportadores blindados e tratores militares, em todas as frentes de combate. O inimigo conta seus mortos e feridos às dezenas em todas as áreas de sua incursão, mal parando para recuperar seus soldados antes de anunciar parte de suas perdas, embora o que registramos seja muito maior”.

Os bairros de al-Zaitoun e Jabalia foram palco de grandes batálias na guerra anteriormente. “Israel” se retirou, expulso pela resistência, e afirmou que tinha derrotado o Hamas. Agora a realidade vem a tona, esses bairros estão ainda mais guarnecidos pelas forças da resistência, que dado sua vitória militar, estão evoluindo inclusive na questão tática. 100 veículos em 10 dias é uma perde enorme para o sionismo, alguns desses, como um tanque Merkava, custam 3,5 milhões de dólares. Um foguete do Iassin 105 das al-Qassam custa menos de mil dólares.

Obaida segue: “nossos combatentes enfrentam o inimigo com a força de Alá, usando uma variedade de armas anti-blindagem e anti-pessoal, bem como armadilhas em edifícios, aberturas de túneis e campos minados contra soldados inimigos. Eles conduzem operações de franco-atiradores precisas, emboscadas complexas, combates a curta distância, lançando bombas de drones em concentrações inimigas e lançando ataques de morteiros e foguetes de curto alcance em suas posições, tudo isso documentado e anunciado nos últimos dias”.

Aqui estão expostas às táticas de guerrilha que estão derrotando o sionismo. O Hamas, que já era especializado nelas, após 7 meses, está ainda mais eficiente. Já “Israel” se especializou em assassinar mulheres e crianças, ou seja, está cada vez mais fraco diante dos combatentes da resistência. Esse é um dos motivos de suas perdas maiores, algo que se soma a sete meses de desmoralização do exército e todo tipo de pressão externa que os enfraquece.

Abu Obaida é uma das figuras mais populares da Palestina e do Oriente Médio. Seus discursos são ouvidos por dezenas de milhões de pessoas. Ele é um mestre também com as palavras. As traduções não permitem expressar totalmente a nuance do árabe, mas basta ler esse trecho, sobre a consciência revolucionária do povo palestino, para apreciar sua habilidade:

“Apesar da campanha de fome, destruição, matança e criminalidade que derrubaria até mesmo uma grande nação em meses, nossos combatentes, apoiados por nosso povo firme, continuam a emergir e desferir golpes letais ao inimigo. Cada golpe e ataque exemplifica o dito de Alá, o Todo-Poderoso: ‘Então você não os matou, mas foi Alá quem os matou. E você não lançou quando lançou, mas foi Alá quem lançou.” Somos Gaza com seu céu, ar, mar e areia, lembrando você o tempo todo que Gaza é um cemitério para invasores. Resistimos aos ocupantes através dos tempos. Que a história e o presente sejam uma lição para você, e o futuro será ainda mais duro e doloroso para você, pela vontade de Alá.”

Diante desse quadro militar de ampla vitória da resistência, o que fica claro é que a conjuntura na Palestina é de uma revolução. Todo o povo da Faixa de Gaza está unido para libertar o seu país da opressão do sionismo e do imperialismo. Só assim, como ele mesmo disse, Gaza pode resistir por sete meses ao que grandes nações seriam totalmente incapazes. Revoluções são o fruto de vitórias de grandes guerras. Foi assim que os franceses derrotaram toda a Europa, que os Russos derrotaram o 14 exércitos do imperialismo, que os soviéticos derrotaram a invasão nazista.

A Faixa de Gaza entrará para a história como a comprovação de que as revoluções são capazes de derrotar qualquer exército. E assim Abu Obaida completa o seu discurso, citando o Corão: “’já foi proferida a Nossa palavra aos Nossos servos, os mensageiros, de que certamente eles serão ajudados. E, de fato, os Nossos soldados serão os vitoriosos.’ Que Deus aceite nossos mártires justos, cure nossos bravos feridos, liberte nossos prisioneiros livres e reúna nosso povo em todos os lugares. É uma jiade de vitória ou martírio”.

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