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Editorial

A que servem as calúnias contra a resistência armada?

Nova campanha do imperialismo revela popularidade que grupos como o Hamas têm entre a juventude radicalizada

Recentemente, um tal Campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), que vem promovendo ações em territórios no Oriente Médio e em todo o mundo supostamente em solidariedade ao povo palestino, emitiu uma nota caluniosa contra a resistência armada. A Frente Popular para a Libertação da Palestina, que integra a coalizão liderada pelo Hamas na Operação Dilúvio de al-Aqsa, denunciou as calúnias e falsificações em uma nota pública.

“Rejeitamos o apelo feito na declaração e apreciamos todas as posições, forças e indivíduos que expressam o seu apoio à resistência palestina no enfrentamento da guerra sionista genocida e colonial”, diz a nota.

Embora a frente apoie as iniciativas de boicote, a organização destacou que se trata de “um movimento amplo que envolve todas as instituições palestinas, que apoiam o povo palestiniano”, mas que não estão ligados à organização que publicou a note.

“A Frente enfatizou que as justificativas do BNC em Ramala e o seu apelo ao silêncio sobre a resistência armada nos países ocidentais são posições imprecisas e distantes da realidade, porque a presença palestina e os movimentos de solidariedade com o povo palestino são todos alvo dos aliados do movimento sionista.”

Fato é que a campanha contra a resistência armada é, no final das contas, uma campanha em defesa do sionismo. Não há como defender o povo palestino sem defender as suas organizações de luta.

Apesar da campanha ser muito caluniosa, ela é a demonstração da evolução da crise. Afinal, imediatamente após o 7 de outubro, a campanha contra a resistência armada consistia em falsificações muito grotescas, como a acusação de decapitar bebês e estuprar mulheres. Essa onda já não causa mais efeito algum.

Neste momento, o imperialismo sente uma necessidade de debater com a resistência armada, pois a sua popularidade é cada vez maior. É preciso, portanto, uma campanha mais sofisticada, que leve em consideração novos argumentos para tentar dissuadir os setores que estão mais engajados na luta.

Isso demonstra, portanto, um reconhecimento da incapacidade do imperialismo de impor uma derrota total ao Hamas, como era aventado pelo sionismo. Pelo contrário: a cada dia que se passa, vai sendo necessário partir para outras tentativas de diminuir a influência do Hamas sobre o conjunto das forças de resistência na Palestina e no mundo, pois a tendência é que o apoio cresça cada dia mais.

Confira, abaixo, a nota da FPLP na íntegra:

Frente Popular para a Libertação da Palestina

A declaração do Comitê Nacional do BDS sobre a Resistência Armada contradiz a legitimidade de nosso povo em praticar resistência e ignora o consenso.

Estamos acompanhando a posição apresentada na declaração do “Comitê Nacional do BDS” (BNC), emitida em inglês, em relação à postura exigida sobre a resistência armada pelos movimentos de solidariedade com o nosso povo.

Nós, da Frente Popular para a Libertação da Palestina, rejeitamos o apelo feito na declaração e apreciamos todas as posições, forças e indivíduos que expressam seu apoio à resistência palestina diante da guerra genocida e colonial sionista.

A Frente considera que expressar claramente o apoio ao direito do nosso povo em Gaza não contradiz o apelo para acabar com o genocídio e apoiar a resistência em todas as suas formas, incluindo a luta armada revolucionária.

A Frente observou que os comitês de boicote espalhados pelo mundo, especialmente na Europa e nas Américas, são um movimento amplo que envolve todas as instituições palestinas, apoiadores do povo palestino e comitês de solidariedade. Eles não estão vinculados ao BNC em Ramala e não recebem ordens ou decisões dele.

A Frente enfatizou que as justificativas do BNC em Ramala e seu apelo ao silêncio sobre a resistência armada nos países ocidentais são posições imprecisas e distantes da realidade, pois a presença palestina e os movimentos de solidariedade com o povo palestino são todos alvo dos aliados da entidade sionista, acusados de “antissemitismo” independentemente de adotarem este ou aquele grito de guerra.

A Frente concluiu sua declaração observando que as tentativas de algumas partes de neutralizar a adesão aos gritos de guerra de resistência armada enfraquecem a luta nacional palestina e a legitimidade da resistência armada que luta no solo da pátria. Ignora o apoio e o consenso de milhões de apoiadores em todo o mundo para essa luta, método e grito de guerra. A resistência armada palestina e as facções de resistência na região tornaram-se um ícone e uma fonte de inspiração para todos os povos livres globalmente. O grito de guerra “Do rio ao mar… a Palestina será livre” tornou-se o grito de guerra central ecoado pelos revolucionários em todo o mundo.

Frente Popular para a Libertação da Palestina
Departamento Central de Mídia
16 de maio de 2024

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